Traficantes escondiam drogas dentro do salão de festas de condomínio em Canoas

Após inúmeras denúncias feitas por moradores do Residencial Guajuviras, a Polícia Civil desencadeou, na manhã desta sexta-feira (21), a chamada Operação Nazarius, que teve por objetivo terminar com um esquema de venda de entorpecentes no condomínio popular localizado na movimentada Estrada do Nazário. Foram 55 agentes e 21 viaturas concentradas desde o meio da madrugada no local, o que resultou em uma meticulosa busca por cada um dos prédios que compõem o residencial. O resultado? Os policiais acharam drogas escondidas até mesmo no salão de festas do condomínio.

De acordo com o delegado Rodrigo Caldas, que coordenou a ação da 3ª Delegacia de Polícia (DP), informações davam conta de que tabletes de maconha que estavam escondidos no lugar comum aos moradores. "Olhamos atrás de caixa d'água, sótãos, assoalhos, mas acabamos achando mesmo no salão de festas", aponta. "Foi complicado de achar até por conta das informações desconexas que chegaram através das denúncias. Parece que em uma hora eles escondiam a maconha e a cocaína em um ponto; outra hora em um outro. Foi uma busca cansativa até acharmos a droga."

Conforme o diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana [DPRM], a ação foi mais uma a mostrar a força da Polícia perante a comunidade. Mario Souza conta que o próprio porteiro do condomínio fazia a intermediação entre os traficantes e a clientela que chegava na área para pegar drogas. "Já era algo escancarado", afirma. "O cara ficava de revólver na cintura fazendo o meio de campo entre os clientes e os traficantes dentro do prédio. Isso vai ter fim com esta ação da Polícia Civil. Vamos monitorar o local a partir de agora e garantir que os traficantes fiquem bem longe."

A Polícia Civil não fala do assunto, mas este é um novo golpe contra o poder estabelecido pela facção dos Bala na Cara, que comandam o Guajuviras. Ao todo, estão sendo cumpridas nove ordens de busca e apreensão, não só no Guajuviras. A ação continua sendo executada até o início da tarde. Até agora, não foi divulgada nenhuma prisão de envolvidos. "Eles fugiram pulando muros e por passagens dentro do condomínio que desconhecíamos", explica o delegado Rodrigo Caldas. "Aquilo ali é um verdadeiro labirinto, mas continuamos atrás deles."