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Notícias | Região Maior restrição

Novo decreto de Leite deixa prefeitos em alerta na região

Municípios trabalhavam com cenário de flexibilização da atividade comercial no Estado e decisão do governo preocupa lideranças regionais

Por João Victor Torres
Publicado em: 16.04.2020 às 08:00 Última atualização: 16.04.2020 às 09:57

Em Novo Hamburgo, Prefeitura havia liberado a reabertura do comércio com restrições, mas terá que voltar atrás Foto: Ermilo Drews/GES-Especial
Uma decisão surpreendente. Foi desta forma que boa parte dos prefeitos classificaram as medidas anunciadas nesta quarta-feira (15) pelo governador Eduardo Leite, que prorrogou a suspensão da atividade comercial no Estado até 30 de abril.

A deliberação atinge em cheio duas regiões metropolitanas gaúchas: de Porto Alegre e da Serra. Ao todo, são 20 municípios da área de cobertura do Jornal NH que estão nesta zona delimitada pelo governo, onde há maior restrição para funcionamento deste tipo de segmento econômico.

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Entre as justificativas, Leite sinaliza que estas regiões concentram 70% dos casos confirmados de coronavírus. Nas demais localidades do Rio Grande do Sul, os prefeitos têm autonomia para permitir o funcionamento de estabelecimentos considerados não essenciais.

Prefeita de Dois Irmãos e presidente da Associação dos Municípios do Vale do Rio dos Sinos, Tânia Terezinha da Silva não esconde sua preocupação com os impactos futuros. E relatou que trabalhava numa flexibilização antes mesmo do primeiro decreto restritivo anunciado por Leite, ainda no início de abril. "O desemprego não é um inimigo invisível. Ele é visível. E a cada dia aumenta o número de pessoas perdendo emprego na nossa cidade", sublinha.

Já a chefe do Executivo de Sapiranga, Corinha Molling, destaca que aguarda ter em mãos o texto integral do decreto para analisá-lo. Porém, não nega que esperava por um desfecho diferente. "O comércio está sofrendo com isso. O governador está agindo com transparência e dados técnicos, mas esperava (a flexibilização)."

Em Parobé, lá no Vale do Paranhana, o prefeito Diego Picucha frisa que a manutenção das restrições representa "um banho de água fria" nas expectativas do município. "Já estruturávamos a volta do comércio, mas com regras", pondera.

A retomada gradual era dada como certa. Novo Hamburgo tinha adotado um regramento mais flexível para assegurá-la de forma gradual. Por meio de nota, a Prefeitura confirma que cumprirá à risca as determinações do Estado, mas aguarda a publicação do decreto. A prefeita Fatima Daudt não atendeu as ligações da reportagem, mas, em nota, disse que, "como município não podemos nem vamos nos contrapor a uma norma estadual", assegurou.

Leite critica quem flexibilizou antes da hora

Novo Hamburgo permitiu a retomada do comércio antes do Estado definir o que faria daqui para frente, se manteria a suspensão deste tipo de atividade ou adotaria regras para restringir o funcionamento destes estabelecimentos, o que ocorreu nesta quarta. Sobre a situação específica, para quem se antecipou, o governador foi duro. "Não deveriam nem sequer ter flexibilizado no que diz respeito a atividades fora daquelas estabelecidas no nosso decreto do Estado (o primeiro)", disse Leite.

 

Orsi fala em decepção com novo decreto

O prefeito de Campo Bom, Luciano Orsi, chegou a se dizer "decepcionado". "Tinha convicção de que seria liberado o comércio, sobretudo os pequenos, e me surpreendeu. Estamos conversando e vendo o que vamos fazer", afirmou.

Como funcionará na prática a partir de agora

Conforme a procuradora-geral do Município de Novo Hamburgo, a advogada Fernanda Luft, "o decreto do Estado não anula o de Novo Hamburgo. O decreto do Município continua vigorando até que outro municipal seja editado", explica.

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