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Notícias | Região Solidariedade

Depois dos alimentos, agora é a vez dos agasalhos

Com as temperaturas mais baixas se aproximando, municípios da região já se mobilizam para oferecer também agasalhos às pessoas que passam por dificuldades diante da pandemia do novo coronavírus

Por Susi Mello
Publicado em: 11.05.2020 às 08:00

Carlos Albernaz, da Fábrica da Cidadania, recebe doações na Fenac Foto: Lu Freitas/PMNH
Depois da mobilização para arrecadar alimentos, cuja entrega ainda continua, prefeituras da região têm um novo desafio: disponibilizar agasalhos, cobertores e até colchões para quem mais precisa. Diante da pandemia do coronavírus, a estratégia de doação e distribuição estará diferente com a chegada das temperaturas mais baixas. Donativos entregues aos municípios são recebidos por pessoas com máscaras, luvas e que usam e abusam do álcool gel.

Na entrega, por sua vez, a ordem é evitar aglomerações. E, para completar o cenário, em alguns municípios, há agasalhos suficientes, a ponto de não ter novas campanhas de doações, e em outros ainda são necessários itens específicos para aquecer o novo perfil de pessoas que buscam apoio na assistência social.

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Em Novo Hamburgo, a Prefeitura não fará campanha para arrecadar mais agasalhos, pois a Fábrica da Cidadania tem o suficiente para ser distribuído. O foco da Secretaria de Desenvolvimento Social (SDS), no entanto, é arrecadar colchões e cobertores para pessoas em situação de rua e, especialmente, priorizar a distribuição de cestas básicas para quem perdeu o emprego ou autônomos que ficaram sem renda. Conforme o titular da SDS, Roberto Daniel Bota, a maior procura é por alimentos. Até o dia 6 deste mês, já foram mais de 4,6 mil cestas básicas requeridas.

Quanto aos agasalhos, Bota indica o Cras para solicitação. "Por enquanto, não pensamos em implementar alguma campanha de agasalho, porque temos na Fábrica da Cidadania um estoque muito bom", ressalta. Porém, com o aumento entre 20% e 30% de pessoas em situação de rua, vindas de outras cidades, é necessário que a comunidade doe colchões e cobertores para esse público.

Em outros municípios a situação também teve ajustes. Em Campo Bom, a arrecadação de roupas vai até o dia 15 no Ginásio Municipal. Quem trabalha na seleção, descarte, reparos e lavagem das roupas usa equipamentos de proteção individual. A distribuição ocorrerá de 18 a 22 de maio.

Em Dois Irmãos, a prefeitura terá Campanha do Agasalho, mas está montando estratégias para não propagar o coronavírus. Além disso, o município apoiará a campanha do Cartel Colorado que terá dois pontos de coleta e recolhimento a domicílio no dia 17. Em Ivoti, a campanha iniciará na próxima quarta-feira, com foco em cobertores. Estância Velha não fará campanha do agasalho, mas aceita doações. Taquara não realiza uma campanha sazonal, pois a distribuição de roupas e alimentos ocorre todo o ano às famílias assistidas por benefícios sociais.

Como funciona a distribuição das doações em Novo Hamburgo

Bota destaca que as entregas de doações são na Fenac Foto: PMNH / Divulgação

Secretário de Desenvolvimento Social, Roberto Daniel Bota, destaca as estratégias para que alimentos e agasalhos cheguem aos necessitados

Quantas cestas foram distribuídas?

De 23 de março a 20 de abril foram distribuídas 3 mil cestas. Cada cesta com 15 quilos, chegando a 70 a 75 mil quilos. Do dia 22 de abril a 6 de maio, as pessoas foram até o Cras, se cadastraram e fizeram a solicitação, foram 1.675 pedidos de cestas.

Na segunda fase, as pessoas não saem com as cestas? Como é a distribuição?

Não. Essas cestas começaram a ser entregues no dia 5 (de maio). Temos a central no parque da Fenac. Elas são montadas com as doações e saem para os cinco territórios com veículos da Prefeitura, com motorista e uma técnica da região fazendo a entrega no domicílio. A pessoa não precisa sair novamente para receber a sua cesta básica. Creio que no máximo em uma semana conseguiremos encerrar essa entrega.

Como ocorrerá o cadastramento? A reportagem esteve no Cras Canudos e havia um cartaz informando que o cadastramento seria a partir de 20 de maio. Cada unidade vai definir esse novo cadastro?

A gente recebeu essa notificação sobre Cras Canudos, algumas pessoas ligaram para a secretaria e viram esse cartaz. A nossa orientação é que não colocasse a data, porque a gente pode iniciar antes do dia 20 o novo recadastramento. Isso depende das entregas que vamos fazer. Se a gente conseguir finalizar em uma semana, poderemos recomeçar esse recadastramento. Temos mais de 5 mil pessoas cadastradas e vamos ver de que forma vamos fazer esse novo cadastramento.

Quem procurar será cadastrada?

Se a pessoa for procurar o Cras não deixará de ser atendida. O técnico social vai ver a demanda e, conforme a situação dela, vai fazer o cadastramento. E se for realmente necessário vai ser dada a cesta para a pessoa. Não deixamos sem.

A pessoa precisa ir no Cras?

Pode ir lá ou ligar. O técnico vai fazer o atendimento e se houver a necessidade imediata de receber a cesta, vai recebê-la. O Cras está aberto para atendimento.

Há necessidade de mais doações de alimentos?

Sim. Ainda pegamos doações para compor cestas, porque algumas ficaram sem alguns itens, como farinha, óleo, feijão. Esses itens sempre são muito requisitados.

Novo Hamburgo vai ter campanha de agasalhos?

Por enquanto, neste momento, não pensamos e nem pretendemos implementar alguma campanha, porque temos a Fábrica da Cidadania com um estoque muito bom. E o nosso maior cuidado, durante a Covid, é quanto à entrega e manuseio dessas roupas. Elas vão passar por várias pessoas até que cheguem na Fábrica da Cidadania, onde teremos que fazer a customização e a limpeza. Apesar do material doado vir em boas condições, como medida de segurança, temos que fazer uma nova lavagem e customização. Estamos recebendo doações na Fenac, mas deixamos em um local mais isolado por alguns dias e depois faz o traslado para a Fábrica da Cidadania. O que a gente pede encarecidamente é a doação de colchões e cobertores.

Por que essa doação específica?

Porque a nossa demanda em situação de rua aumentou. Desde o início da pandemia, aumentou 20% a 30% a demanda. Têm muitas pessoas de fora vindo para cá - Canoas, Sapucaia, Esteio. Estão vindo porque lá não estão sendo atendidas e aqui sabem que temos dado o respaldo. Por isso, estamos pedindo colchões e cobertores no primeiro momento. Roupas adulto e infantil, temos bastante. Não é um estoque estrondoso, mas conseguimos dar o embate com o que temos.

Onde procurar

A referência para acessar roupas e alimentos deve ser o Centro de Referência e Assistência Social (Cras). Há cinco unidades hamburguenses: Centro (Rua Pinto Bandeira, 65), Canudos (Rua Ícaro, 933), Santo Afonso (Rua Montevidéu, 605), Kephas (Rua Tamoio, 52) e Primavera (Rua Marcírio J.Pereira, 201).

Alimentos não perecíveis, colchões e cobertas podem ser doados no Centro de Doações da Fenac (Rua Araxá, 505), de segundas a sextas-feiras, do meio-dia às 18 horas.

Colchões e cobertores entregues na Fenac são levados à Fábrica da Cidadania, que faz a distribuição no Abrigo Emergencial, no bairro Guarani.

Pela região

Taquara - Não há uma campanha sazonal, pois a distribuição de roupas e alimentos ocorre todo o ano às famílias assistidas por benefícios sociais. Neste momento de pandemia, famílias não cadastradas estão sendo assistidas. As pessoas podem pegar as doações na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Habitação, na Rua Ernesto Alves, 2.785, de segundas a sextas-feiras, das 7h30 às 13h30.

Elenir Correia dos Santis faz trabalho voluntário de higienização das roupas em Campo Bom Foto: Gabriel da Silveira/Campo Bom
Campo Bom - Segundo a coordenadora geral da Assistência Social, Luciane Beatriz Taufer, a arrecadação de roupas ocorre desde o dia 5 deste mês e vai até o dia 15, do meio-dia às 18 horas, no Ginásio Municipal. São necessárias roupas de todas as faixas etárias, especialmente roupas masculinas para adultos, crianças e adolescentes, bem como cobertores, roupas de cama e toalhas de banho. A distribuição ocorrerá de 18 a 22 de maio. Serão concedidas roupas para as famílias e indivíduos cadastrados nos Cras e Creas e para a comunidade campo-bonense que necessita da doação de roupas.

Ivoti - A Assistência Social distribui cestas básicas desde o início da pandemia às famílias carentes, serviço este já oferecido antes da Covid-19. Em relação à campanha do agasalho, em contato com as entidades beneficentes do município, ficou acordado que este ano ela será focada na captação de cobertores, pois o estoque de roupas do ano anterior ainda é alto. A data prevista para o início da campanha é a próxima quarta-feira.

Dois Irmãos - O município terá Campanha do Agasalho. Ainda não foi lançada, mas estão sendo montadas estratégias para não propagar o coronavírus. Além disso, a prefeitura irá apoiar a campanha do agasalho realizada pelo Cartel Colorado em parceria com a Garra Feminina. A 3ª Campanha do Agasalho também conta com a arrecadação de alimentos não perecíveis. Para evitar aglomerações terá dois pontos de coleta: Secretaria Municipal da Saúde e a Loja Lambe Lambe Mix. Para quem não puder ir aos pontos de coleta, haverá coleta a domicílio no dia 17 de maio. As doações serão encaminhadas para a Assistência Social, que destinará para as famílias mais vulneráveis.

Estância Velha - A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Sedes) informa que neste ano o município não terá uma campanha específica de agasalho. A Sedes costuma receber doações de roupas durante todo o ano e segue aberta à novas doações. A prefeitura continua com campanhas durante a pandemia: a do leite e a de alimentos. As doações podem ser feitas de segundas a sextas-feiras, das 7 às 18 horas, na Rua Raimundo Correa, 151, no bairro Floresta.

Sapiranga - A Secretaria de Assistência Social está elaborando a Campanha do Agasalho. Num primeiro momento, será realizada uma reunião com a Secretária de Saúde, para criar um protocolo sanitário.

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