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Notícias | Região Entraves

Com maioria das câmeras instaladas, cercamento eletrônico ainda não funciona na região

Entraves técnicos e a pandemia atrasaram operação do sistema que auxiliará no combate a roubo de carro

Por Ermilo Drews
Publicado em: 21.05.2020 às 07:00 Última atualização: 21.05.2020 às 14:00

Maioria das câmeras estão instaladas, mas não há monitoramento Foto: Juarez Machado-GES/Juarez Machado/GES/Arquivo
Demanda de quase três anos da Associação dos Municípios do Vale do Rio dos Sinos (Amvars), o cercamento eletrônico na região ainda não está funcionando. A expectativa da Amvars era que o sistema de câmeras que permite identificar veículos em situação de roubo ou furto já estivesse operando nas seis primeiras cidades contempladas com recursos federais, todas elas no Vale do Sinos. No total, R$ 4,8 milhões foram investidos na aquisição de quase cem kits do sistema de Reconhecimento Óptico de Caracteres (OCR, na sigla em inglês) para Campo Bom, Dois Irmãos, Lindolfo Collor, Novo Hamburgo, São Leopoldo e Sapiranga. Quando houve a formalização do repasse para a execução do serviço, em 16 de setembro do ano passado, a previsão era que a instalação das câmeras no Vale do Sinos fosse concluída até o final de 2019 e que a operacionalização fosse possível a partir de fevereiro de 2020. Mas isso não ocorreu.

Todo o processo de instalação está sendo conduzido pelo governo do Estado, que na ocasião da homologação da liberação de recursos para a região anunciou que o projeto seria estendido a outras 30 cidades gaúchas. A previsão do governo gaúcho à época era de que a instalação completa em todas as 36 cidades fosse concluída até julho de 2020. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), os equipamentos já foram instalados e entregues em todas as cidades do Vale do Sinos, com exceção de Novo Hamburgo. A SSP informa ainda que a DGT Tecnologia em Segurança, empresa responsável pela execução da obra, cadastrou o sistema junto à Companhia de Processamento de Dados do Estado do Rio Grande do Sul (Procergs). "Todos estão em fase de testes de comunicação e passam por regulagem. Devem estar funcionando a pleno ainda dentro do mês de maio", prevê, em nota, a SSP.

Diretor da DGT, Lucas Arruda afirma que 98 kits com as câmeras já foram instalados. "Não existem pontos pendentes para instalação. Atualmente, existem apenas pendências da concessionária de energia elétrica, que os municípios de Novo Hamburgo e São Leopoldo estão aguardando a RGE fazer as ligações", afirma. Inicialmente, a RGE contestou esta informação, garantindo que atende as demandas das prefeituras em sua totalidade. "As pendências são técnicas e devidamente comunicadas aos municípios para que sejam feitas as adequações nos locais. Somente assim, a RGE pode finalizar as ligações, cumprindo os padrões técnicos e de segurança regulados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)", justificou em nota. No entanto, dias depois, a concessionária admitiu que recebeu novas solicitações e trabalha para atendê-las.

Na tentativa de agilizar o processo, a Amvars solicitou reunião com as empresas, ainda sem data para ocorrer. "O tempo vai passando e não conseguimos resolver isso. O recurso veio, agora as coisas precisam andar", cobra a presidente da Amvars e prefeita de Dois Irmãos, Tânia Terezinha da Silva.

Estado justifica atrasos

A Secretaria da Segurança Pública admite que em Novo Hamburgo houve atraso na ligação dos pontos de energia, mas que isso já foi solucionado, e a DGT está fazendo a instalação dos equipamentos. "O atraso na ligação da energia é justificado devido à pandemia do novo coronavírus, pois as empresas precisaram reduzir suas equipes para realizar o trabalho com segurança, priorizando a saúde dos servidores.

Apesar do atraso, a expectativa é de que as instalações sejam entregues dentro do prazo estipulado em convênio e anunciado em setembro", argumenta a SSP, em nota. Sobre o atraso, a Prefeitura de Novo Hamburgo informa que mantém contato sobre o assunto direto com o governo do Estado, gestor do contrato.

Já a Secretaria de Segurança e Defesa Comunitária de São Leopoldo (Semusp) justifica que os atrasos ocorreram por pendências operacionais, como ligações não efetuadas por desacordo com normas técnicas exigidas, e por conta das medidas de restrição social impostas por causa da pandemia do novo coronavírus.

Outros municípios na dependência da Procergs

Se Novo Hamburgo e São Leopoldo enfrentaram demora na instalação dos equipamentos, nas outras cidades o entrave está no Estado. As prefeituras de Campo Bom, Dois Irmãos e Sapiranga confirmam que falta a liberação da Procergs para que a transmissão das imagens captadas e o seu monitoramento pelas autoridades policiais efetivamente ocorra.

Como irá funcionar

Os equipamentos foram instalados em postes, com um ponto de transmissão e duas câmeras de vídeo.

As câmeras são equipadas com Reconhecimento Óptico de Caracteres, sistema que converte imagens em caracteres. Com isso, a placa é analisada em um banco de dados, conforme parâmetros definido por quem monitora as imagens.

Se algum carro for identificado em ocorrência de furto ou roubo, um alerta é emitido a uma ou mais centrais regionais, conectadas em tempo real ao Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) da SSP, com a foto do veículo e a placa.

O controle ocorrerá nos limites entre as cidades, o que vai permitir o atendimento rápido das ocorrências.

Ao todo, foram implantados 98 pontos com câmeras no Vale do Sinos. São 32 em São Leopoldo, 29 em Novo Hamburgo, 16 em Campo Bom, 11 em Sapiranga, seis em Dois Irmãos e quatro em Lindolfo Collor.

Considerando as 36 cidades gaúchas, R$ 18 milhões serão investidos.

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