A gestão da Avenida dos Municípios, a cargo de Novo Hamburgo e Campo Bom, ainda está em fase de avaliações, sem sair do papel, seis meses depois do trânsito ser liberado no local. Embora a recomendação da municipalização tenha ocorrido durante a visita do governo estadual à obra, em janeiro, ainda faltam formalizações para que isso se torne realidade.
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Campo Bom saiu na frente. Elaborou um plano de trabalho que atende às exigências do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem. O projeto foi entregue em 14 de janeiro para o Daer, que elabora relato para o conselho administrativo.
Já a Administração hamburguense não teve agenda com o governo do Estado sobre o assunto. Em fevereiro, a Secretaria de Obras Públicas, Serviços Urbanos e Viários, declarou que o encontro ocorreria em março, porém, até agora nada. A Prefeitura informou, em 19 de maio, que com o início da pandemia a reunião com a Secretaria de Logística e Transporte do Estado não ocorreu. Ela deve ser remarcada.
Novo Hamburgo, no entanto, ressalta que a manutenção da avenida é de responsabilidade do Estado. A Secretaria de Obras Públicas, Serviços Urbanos e Viários, explica a Prefeitura limita-se a realizar limpezas em locais de descarte irregular de resíduos às margens da via.
O Daer recomendou a municipalização, mas a decisão de executá-la depende das prefeituras, que já receberam a orientação quanto a documentação exigida para iniciar o processo, que é importante para que os trechos possam receber urbanização, possibilitando a regularização de melhorias necessárias e acessos. Dessa forma, será possível implantar calçadas, o que não é permitido em rodovias. Também não haverá a faixa de domínio, o que permitirá a instalação de futuros empreendimentos no local.
Moradores de Novo Hamburgo e Campo Bom convivem com realidades diferentes na mesma via. Enquanto que o aposentado Zacarias Ribeiro da Silva, 73 anos, e sua esposa, a dona de casa Elzira Amaral da Silva, 65, têm postes de iluminação na avenida localizada praticamente em frente da casa dos dois, no bairro campo-bonense Vila Nova/Operário, o mesmo não ocorre do lado de Novo Hamburgo, onde vivem familiares do ajudante de cargas, Rafael Barbosa, 27 anos.
"A obra ficou boa, mas sem iluminação é muito perigoso. Pode causar até acidentes", acredita Barbosa, apontando para a ponte da via que pode ser vista na casa de seu familiar. Ele morou por 16 anos na Avenida Alcântara, no bairro Canudos, acompanhou por um bom tempo a construção da ponte, mas acha importante que a iluminação seja logo providenciada.
Também morador da Avenida Alcântara, o auxiliar de montagem, Luiz Vanderlei Colatto, 52, reclama da falta de iluminação na área hamburguense. "A faixa é escura podendo causar acidentes ou facilitando assaltos", destaca. Além desse fator, Colatto relata que motoristas não obedecem as placas de velocidade, andando muito acima do permitido. "O ideal é se tivéssemos pardal para controlar a velocidade", sugere.
A reportagem percorreu duas vezes a Avenida dos Municípios, em 28 de fevereiro e 19 de maio, entre a Estrada da Integração Leopoldo Petry, em Novo Hamburgo, e a Avenida Intermunicipal, em Campo Bom. No trecho, há postes de iluminação em Novo Hamburgo a partir do entrocamento da Avenida dos Municípios com a Rua Bruno Werner Storck em direção a Campo Bom. Há placas de velocidade de 40, 60 e 80 km/h, além de orientações para não jogar lixo, extensão da ponte sobre o Arroio Pampa, e placas de advertência nas curvas.
O prefeito de Campo Bom, Luciano Orsi, diz que com a municipalização, a cidade terá de arcar com custos de manutenção da via, o que já é realidade de muitos anos. Dentre as propostas de Campo Bom está a implantação de rótulas para proporcionar segurança para quem circula na via. E implantou redutores de velocidade e pontos de videomonitoramento. A Prefeitura hamburguense destaca que em novembro do ano passado, atendendo a pedido do Daer, foi feita a limpeza do acostamento com a retirada de lixo e, na sequência, o aterro foi empurrado para a borda da via, liberando a área.