A água que desce pelo Rio dos Sinos no Vale do Paranhana deve chegar a cidades do Vale do Sinos até quinta-feira (9), projetam coordenadores das Defesas Civis de Campo Bom e Novo Hamburgo. De acordo com o coordenador do órgão em Campo Bom, Paulo Silveira, o Rio dos Sinos, no bairro de Barrinha, estava às 11 horas em 6,40 metros, mais de 4 metros acima do nível normal. “Ele sai do leito em 7,21 metros”, informa.
Silveira projeta, ainda, que a água que desce do Paranhana chegará ao bairro amanhã à tarde. “Com a instalação da ponte seca que conduz a água para um banhado, ganhamos mais tempo até esta água começar a causar problemas.” Ele não acredita que o nível do Sinos suba tanto no local ao ponto de atingir residências, mas deve, sim, obstruir a estrada. “Isso impede o trânsito entre Lomba Grande e Campo Bom”, explica.
Em Novo Hamburgo, o Sinos estava em 6,30 metros no final da manhã de hoje, quase 4 metros acima do nível normal no ponto de captação da Comusa. Neste nível, a água já atinge afeta 20 famílias da Prainha no limite de Lomba Grande e Santo Afonso e outras 10 famílias na localidade de Porto Satiro, no limite de Novo Hamburgo e Taquara. Nenhuma delas saiu de casa. “É o pessoal que já enfrenta este problema há anos e, junto com a Defesa Civil, se prepara antes do problema chegar”, explica o coordenador da Defesa Civil de Novo Hamburgo, tenente Claudiomiro da Fonseca.
O coordenador da Defesa Civil de Novo Hamburgo alerta que o nível crítico do Sinos no ponto de captação da Comusa é acima de 7 metros. Neste nível, a água começa a sair pela tubulação do esgoto na altura da Avenida dos Municípios e atinge vilas de Canudos, como a Getúlio Vargas e Kipling. “Mas não acreditamos que isso vá ocorrer”, pondera Fonseca. Ele acredita que a água do Paranhana leve entre um dia e meio e dois dias para chegar ao Sinos, em Novo Hamburgo.
O excesso de chuva já afeta a vida de 230 famílias da Vila Palmeira, no bairro Santo Afonso, na proximidade da Casa de Bombas – trecho final da Rua Leopoldo Wasun, Rua Floresta e trechos da Rua Eldorado e da Divisa. Nenhuma destas famílias precisou sair de casa, mas viu as ruas da área e até o pátio de suas casas serem alagados, impedindo ou dificultando a mobilidade.
Fonseca frisa que a Casa de Bombas do Santo Afonso está em funcionamento e amenizando os impactos no bairro. “Esse pessoal sofre quase que imediatamente com muita chuva em pouco tempo. Em Novo Hamburgo, choveu 120 milímetros em 24 horas. Essa água toda chega naquele ponto pelo Arroio Gauchinho, pela tubulação pluvial, e a Casa de Bombas não dá conta de levá-la ao Sinos em poucas horas. Com o tempo firme, essa água já recua. O que deve acontecer até o final desta quarta-feira”, projeta.