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Notícias | Região Eleições 2020

Pesquisas eleitorais indicam os caminhos até o voto

Faltando pouco mais de três meses para eleições municipais, pesquisas são ferramenta para construção de candidaturas e até propostas

Por João Victor Torres
Publicado em: 10.08.2020 às 03:00 Última atualização: 10.08.2020 às 07:59

A partir dos estudos realizados nas ruas ou por telefone, campanhas se estruturam até a decisão do eleitor Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Medir o potencial daqueles que postulam os cargos mais importantes das estruturas públicas municipais e buscar compreender anseios da população. Faltando pouco mais de três meses para o pleito, as pesquisas eleitorais são balizadoras e vitais para quem disputará as atípicas eleições de 15 de novembro. "Elas permitem ao candidato saber de que patamares ele parte e, se tem, chance de ser bem-sucedido", sinaliza a diretora do Instituto Amostra, Margrid Sauer.

Mais importante do que a intenção de voto, um item valioso está relacionado à rejeição. "Demonstra o limite de crescimento do candidato. Junto à rejeição mede-se também o conhecimento do candidato, e um nome conhecido pela maioria dos eleitores e rejeitado dificilmente chegará a ser eleito prefeito", explica a pesquisadora. "Um candidato com baixa rejeição tem muito mais chances de avançar, pois os eleitores estão abertos a ouvi-lo", complementa.

Política e comunicação

Já para quem lida com a comunicação, esse tipo de levantamento forma a base do planejamento estratégico e de posicionamento dos candidatos. "Imagine que as pesquisas são como mapas. Elas fornecem informações exatas sobre o cenário naquele momento. Claro que é preciso saber ler estes mapas e, mais importante, ter capacidade de transformar as informações em ações. Todo este processo, que se inicia pelas pesquisas, é o que, muitas vezes, define a vitória ou a derrota nas urnas", sublinha o consultor de marketing político e membro do Clube Associativo dos Profissionais de Marketing Político (Camp), Gabriel Correa.

Da mesma forma como sustenta Margrid, Correa considera que liderar a corrida eleitoral neste momento não é o mais relevante. "O que conta é entender os motivos. Só assim é possível construir narrativas com poder de ampliar a base de votos", sinaliza.

Porém, é preciso ter cautela ao analisar os números. Afinal, pesquisas indicam aquilo que as pessoas desejam ouvir de um candidato. "Muitos cedem à tentação de se travestirem em 'candidatos ideais', ignorando suas próprias histórias e opiniões. Esse é um erro que costuma cobrar um preço alto", comenta. De acordo com o consultor, "coerência é o que constrói reputações sólidas". "O ideal é construir relações verdadeiras entre as afinidades do eleitor e a agenda do candidato", recomenda.

 

Pesquisas podem gerar ajustes ou dar certezas

Outro fator importante que envolve as pesquisas eleitorais é que, a partir delas, é possível aferir se a forma e o formato de chegar ao eleitor estão surtindo efeito. "Se a estratégia for bem construída no início, as pesquisas que vão sendo feitas durante a campanha servem como validação ou orientação para pequenos ajustes. Claro que o imponderável sempre pode acontecer. Também neste caso, os dados é que indicam a intensidade do ajuste", afirma Correa.

Pesquisa

Desde janeiro, para ser divulgada, qualquer pesquisa deve ser registrada. Caso a intenção não seja tornar o levantamento público, não é preciso informar de sua realização à Justiça Eleitoral.

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