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Notícias | Região Violência

Casal de Três Coroas é preso suspeito por morte de menina de 5 anos

Laudo aponta lesões que causaram rompimento do intestino delgado da criança. A menina e duas irmãs mais velhas, de 6 e 9 anos, viviam com o casal desde o início de 2019, data em que iniciou o processo para a adoção delas.

Por Jauri Belmonte
Publicado em: 02.09.2020 às 13:41 Última atualização: 02.09.2020 às 13:41

"Ouvir o relato dessas meninas também vai ser uma tortura para mim". Essas são as palavras da delegada Karina Salvagni Heineck. Ela está à frente da Polícia Civil de Gravataí que na madrugada desta quarta-feira (2) efetuou a prisão de uma mulher, de 39 anos, na cidade de Três Coroas, e do companheiro dela, 44, em Tramandaí. O casal é suspeito da morte de uma menina de 5 anos, ocorrido no dia 21 de julho em Gravataí. A criança, assim como as duas irmãs mais velhas, de 6 e 9 anos, viviam com o casal desde o início de 2019, data em que iniciou o processo para a adoção delas. 

Durante a pandemia, a família de Três Coroas passou a visitar com mais frequência um sítio em Gravataí. Segundo a versão apresentada pelo casal, no dia 20 de julho, enquanto as crianças brincavam no pátio, a caçula teria caído por cima de um tronco de árvore e, então, se machucado. Porém, devido às lesões, no dia seguinte ela foi levada à Unidade Básica de Saúde Santa Cecília, sem sinais vitais, onde foi atendida e morreu.

"O casal, em depoimento inicial à Polícia, alegou que a menina sentia muita dor. Durante a noite anterior ela teria vomitado muito", frisa a delegada. 

Investigação e denúncias anteriores

A partir disso, como o casal era residente do Vale do Paranhana, a Polícia passou a receber relato de integrantes do Conselho Tutelar de Três Coroas. "Pessoas da cidade deles fizeram contato conosco. Nós fomos informados de que o casal agredia muito as crianças. Além disso, a diretora de uma escolinha que elas haviam frequentado, já tinha feito até ocorrência", completou Karina.

Depoimento incoerente com o laudo

A delegada informou que o depoimento do casal não era condizente com as lesões que a criança apresentava. "Após a chegada do laudo de necropsia, que constatou lesões fortes no corpo da menina, nada do que foi alegado pelo casal era cabível. Ela sofreu um trauma muito forte, pois teve o intestino delgado rompido. Além disso, estava com a região do tórax e do abdômen bastante comprometidas, o que causou asfixia", ponderou.

Depoimento das crianças

De acordo com Karina, as outras duas meninas, que voltaram para um abrigo na cidade natal delas, Cruz Alta, serão peças fundamentais na conclusão do inquérito. "Elas foram interrogadas e, inicialmente, os depoimentos delas condiziam com tudo o que os pais falavam. Parecia que eram forçadas a falar aquilo. Mas, depois que foram afastadas dos pais, passaram a relatar coisas assustadoras sobre o casal. Ouvi-las servirá para saber em ou quais crimes eles serão enquadrados: maus-tratos, homicídio qualificado ou, até mesmo, estupro", completou a delegada. O casal ainda tinha outro filho, de 6 anos, com processo de adoção concluído.

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