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Notícias | Região Operação To Go

Mãe e filha eram cabeças em esquema de tele-entrega de drogas, segundo a Polícia Civil

Conforme a investigação conduzida pela delegada Luciane Bertoletti, estima-se que o grupo lucrava mais de R$ 100 mil por mês, vendendo principalmente cocaína, somente com dois pontos de distribuição 

Publicado em: 03.09.2020 às 08:40 Última atualização: 03.09.2020 às 09:09

A entrega de entorpecentes a domicílio existe faz muito tempo, porém desde março que a Polícia Civil vem observando um enorme crescimento por conta do isolamento social imposto pela Covid-19. A pandemia fez com que a busca por drogas em um determinado ponto fosse substituída pelo contato no telefone celular, via WhatsApp, na avaliação da Polícia.

Foi apurando crimes dessa natureza que agentes da Delegacia de Polícia (DP) de Esteio chegaram até uma organização criminosa que monopolizou as tele-entregas nas cidades de Esteio, Sapucaia do Sul e Canoas. O grupo estava fazendo fortuna com o "pó branco", conforme a delegada Luciane Bertoletti, que aponta mãe e filha como cabeças do esquema.

De acordo com ela, esta organização criminosa, que já atuava com pontos fixos de vendas de drogas, as populares "bocas de fumo", soube aproveitar muito bem o momento da pandemia, passando a investir pesado nas tele-entregas. "Elas vendiam maconha e crack, mas estavam faturando alto mesmo com a cocaína", aponta.

A Polícia Civil cumpriu mandado de prisão preventiva contra mãe e filha, na manhã desta quinta-feira (3), em uma residência de Esteio, quando foi lançada a Operação To Go. Infelizmente, as duas não foram achadas em casa. "Elas não estavam no local, mas o mandado de prisão preventiva contra elas já foi expedido", aponta a delegada. "Não deve demorar muito para que sejam presas."

Ainda segundo Luciane, o esquema montado por elas incluiu a aquisição de novos veículos, máquinas de cartão de crédito, para facilitar o pagamento dos usuários, além do recrutamento de traficantes, em especial motoboys, para agilizar as entregas. Fazendo uso de plataformas bastante conhecidas, o grupo reuniu nada menos que três mil contatos de usuários.

"Os caras funcionavam como uma empresa que entrega comida, mas na verdade eram criminosos levando entorpecentes para dentro de residências", frisou o delegado Mario Souza, diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (DPRM).

Ao analisar anotações de um caderno de vendas da organização, os policiais observaram que, em apenas dez dias do mês de abril, o grupo lucrou R$ 23 mil. No mesmo período, em um outro centro de distribuição ligado à organização, a média de lucros era de R$ 2 mil por dia com a venda de cocaína. "Eles lucravam certamente mais de R$ 100 mil por mês, apenas através de dois distribuidores", apontou a delegada. "E caso a polícia não agisse, iriam continuar lucrando mais e por muito tempo."

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