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Notícias | Região Passos lentos

O que ainda emperra o cercamento eletrônico na região

Após atrasos na instalação das câmeras, liberação do software usado no monitoramento das imagens causou demora, que está sendo solucionada. Apesar disso, em quatro dos seis municípios o serviço funciona a pleno

Por Ermilo Drews
Publicado em: 07.09.2020 às 07:00 Última atualização: 07.09.2020 às 09:07

Em Campo Bom, as 16 câmeras que compõem o sistema entraram em operação recentemente Foto: Nadine Funck/PMCB
Demanda de quase três anos da Associação dos Municípios do Vale do Rio dos Sinos (Amvars) e que exigiu investimento de quase R$ 5 milhões, o cercamento eletrônico em cidades da região avançou, mas ainda não está funcionando a pleno em ao menos um dos seis municípios contemplados. De acordo com a DGT Tecnologia em Segurança, empresa responsável pela execução da obra e que cadastrou o sistema junto à Companhia de Processamento de Dados do Estado do Rio Grande do Sul (Procergs), ele está disponível há mais de 30 dias. A prefeitura de São Leopoldo, no entanto, informa que o sistema não opera a pleno na cidade e a de Novo Hamburgo diz que o monitoramento pela Guarda Municipal não iniciou.

Conforme o Comando Regional de Polícia Ostensiva (CRPO), a informação nos batalhões do Vale do Sinos na última semana era que apenas em São Leopoldo o monitoramento não havia começado. Em Sapiranga, Campo Bom, Lindolfo Collor e Dois Irmãos, o controle das imagens está sendo feito há algumas semanas.

Diretor do Departamento de Comando e Controle Integrado (DCCI) da Secretaria de Segurança Pública (SSP), responsável pelo cercamento, o tenente-coronel Otávio Polita Filho informa que a instalação de todas as câmeras foi oficialmente entregue no último dia 25 de junho, quando o processo foi concluído em Novo Hamburgo. "Operacionalmente, todas teriam condições de funcionar. No termo de aceite de Novo Hamburgo constam dois asteriscos, relacionados à câmera vandalizada e à necessidade de poda de árvores em outro ponto. No caso de São Leopoldo, cujo termo de aceite é de maio, está uma ponderação sobre falta de energia em um dos pontos", detalha. Diante da divergência de informações, ele adianta que iria verificar a situação com as autoridades locais.

Instalações de câmeras do cercamento eletrônico começaram em 2019 em Dois Irmãos Foto: Juarez Machado/GES/GES-Arquivo

Conforme a Prefeitura de Novo Hamburgo, as câmeras que fazem parte do cercamento gerido pelo Estado, cujas imagens também serão controladas pela Guarda Municipal, ainda não estão funcionando na cidade. "A Guarda Municipal já realiza monitoramento por imagens, a partir de câmeras próprias e, recentemente, inaugurou uma nova Central de Controle e Comando", informa nota, sem detalhar o motivo dos demais equipamentos não estarem sendo utilizados. Em São Leopoldo, o diretor de planejamento estratégico da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Comunitária (Semusp), José Carlos Pedrozo, informou no dia 28 de agosto que estavam operando sete faixas de 64 previstas. De acordo com ele, faltava a Secretaria de Segurança Pública, via Procergs, liberar o acesso para a prefeitura operar o software que emite o alerta dos veículos em situação irregular. "Está travado neste último processo", informou na ocasião. Mas depois que o Jornal NH fez contato com o DCCI, mais 35 faixas começaram a operar. "A Procergs também já liberou o acesso. Faltam ainda resolverem alguns ajustes técnicos para colocar em funcionamento as 22 faixas restantes."

As prefeituras de Campo Bom, Dois Irmãos, Lindolfo Collor e Sapiranga confirmaram que o monitoramento começou nas últimas semanas. Em Campo Bom, as 16 câmeras de segurança que compõem o sistema entraram em operação no final de agosto. De acordo com a prefeitura, os equipamentos, instalados em todas as principais entradas e saídas do município, permitem a identificação de veículos roubados e furtados ou que possuam alguma irregularidade, como IPVA atrasado. A identificação automática dos veículos se dá por meio de dispositivos OCR presentes nas câmeras, que realizam a leitura das placas e, caso identifiquem alguma pendência, enviam alertas à Central de Videomonitoramento da Brigada Militar, que aciona as viaturas para localizarem o veículo. "O cercamento é muito importante para detectar carros roubados e irregulares", afirma o secretário de Segurança e Trânsito de Campo Bom, Rosalino Constante Seara.

Atrás no cronograma

Todo o processo de instalação foi conduzido pelo governo do Estado, que na ocasião da homologação da liberação de recursos para a região, em setembro do ano passado, anunciou que o projeto seria estendido a outras 30 cidades gaúchas. A previsão do governo estadual à época era de que a instalação completa em todas as 36 cidades fosse concluída até julho de 2020. Quando houve a formalização do repasse para a execução do serviço, a expectativa era que a instalação das câmeras no Vale do Sinos fosse concluída até o final de 2019 e que a operacionalização fosse possível a partir de fevereiro de 2020.

Depois, a SSP informou dois novos prazos: final de maio e, após, fim de julho. No entanto, a SSP alegou atrasos na instalação, por conta de restrições de circulação impostas pela pandemia, para não cumprir com os prazos, especialmente em São Leopoldo e Novo Hamburgo. No total, R$ 4,8 milhões de emendas parlamentares foram investidos na aquisição de quase cem kits do sistema de Reconhecimento Óptico de Caracteres (OCR, na sigla em inglês) para Campo Bom, Dois Irmãos, Lindolfo Collor, Novo Hamburgo, São Leopoldo e Sapiranga.

Para entender

Os equipamentos foram instalados em postes, com um ponto de transmissão e duas câmeras de vídeo.

As câmeras são equipadas com Reconhecimento Óptico de Caracteres, sistema que converte imagens em caracteres. Com isso, a placa é analisada em um banco de dados, conforme parâmetros definidos por quem monitora as imagens.

Se algum carro for identificado em ocorrência de furto ou roubo, um alerta é emitido a uma ou mais centrais regionais, conectadas em tempo real ao Departamento de Comando e Controle Integrado (DCCI) da SSP, com a foto do veículo e a placa. No entanto, o diretor do DCCI, tenente-coronel Otávio Polita Filho, admite que esta transferência de dados ao departamento ainda não está funcionando a pleno.

O controle ocorrerá nos limites entre as cidades, o que vai permitir o atendimento rápido das ocorrências.

Ao todo, foram implantados 98 pontos com câmeras no Vale do Sinos. São 32 em São Leopoldo, 29 em Novo Hamburgo, 16 em Campo Bom, 11 em Sapiranga, seis em Dois Irmãos, quatro em Lindolfo Collor.

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