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Notícias | Região Agiotas do crime

Polícia Civil acaba com esquema de extorsão que mantinha famílias 'reféns' em Canoas

Operação Cobrador, lançada desde o início da manhã desta quarta-feira, mira organização criminosa que tinha motoristas de aplicativos como os principais alvos. Até agora, dois foram presos

Publicado em: 28.10.2020 às 08:48 Última atualização: 28.10.2020 às 08:56

"Se tu não pagar o que deve, vou colocar fogo na tua casa", diz a voz. A frase, captada de um áudio de WhatsApp, foi gritada por um criminoso a uma vítima. Na verdade, um motorista de aplicativos que acabou sendo enganado por um articulado esquema de extorsão montado por uma organização criminosa que agia em Canoas. O áudio foi anexado ao inquérito da batizada Operação Cobrador, ofensiva da Polícia Civil, lançada na manhã desta quarta-feira (28), mirando levar à cadeia bandidos responsáveis por centenas de golpes em Canoas e também Porto Alegre. Até agora, dois foram presos.

Desde o início da manhã desta quarta, estão sendo cumpridas nove ordens judiciais de prisão, busca e apreensão. Os agentes ligados a Delegacia de Repressão ao Crime Organizado de Canoas (Draco) de Canoas cumprem mandados não só em Canoas, mas também em Porto Alegre, Cachoeirinha, Viamão e Gravataí.

Conforme o delegado Thiago Lacerda, que coordenou a apuração, ao longo dos últimos quatro meses, foi identificado um certo padrão em quatro vítimas de extorsão que procuraram a Polícia Civil. "Foram todos enganados por um mesmo anúncio feito pelo Facebook", conta. "E as ocorrências apontavam ameaças e uso de muita violência."

A partir de então, os policiais descobriram o esquema de empréstimos via redes sociais. Uma espécie de microcrédito ilegal onde a pessoa passava todos os seus dados e recebia valores que variavam de mil reais até R$ 10 mil, sendo cobrado o triplo deste valor dias após ter o crédito aprovado, deixando famílias "reféns da dívida."

"Os criminosos colocavam cada vez mais juros abusivos e taxas ilegais, tornando a dívida impagável", aponta o delegado. "Como a vítima não conseguia saldar a dívida, eles começavam ameaçando pelo celular, mas avançavam rapidamente para visitas indesejadas, quando aconteciam não só ameaças, mas também agressões."

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