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Notícias | Região Para 2024

Restauração da Casa Vidal deve levar mais três anos e meio

Primeira fase do imóvel que é patrimônio de Taquara foi entregue nesta sexta-feira. No entanto, ainda há muito o que fazer até que complexo seja ponto de encontro da cultura da cidade

Por Ermilo Drews
Publicado em: 06.11.2020 às 14:36 Última atualização: 06.11.2020 às 14:36

Secretária estadual da Cultura, prefeito Tito e patrocinadores marcaram presença no ato de entrega da primeira fase da obra Foto: Ermilo Drews/GES-Especial
Até o primeiro semestre de 2024, Taquara deve ter um complexo de fomento à cultura na cidade do Vale do Paranhana. O restauro da Casa Vidal, prédio erguido em 1882 e tombado pelo patrimônio histórico do município em 2012, teve sua primeira etapa oficialmente concluída nesta sexta-feira (6), em ato que contou com a presença da secretária estadual da Cultura, Beatriz Araujo. O investimento efetuado na primeira etapa é de R$ 1.206.609,58, sendo 1.048.731,98 via Lei de Incentivo à Cultura (LIC) e R$ 157.877,60 de contrapartida municipal. Para a segunda etapa, que deve iniciar até a metade do próximo ano, estão previstos em torno de R$ 1 milhão. Ainda é projetada uma terceira fase, de acabamento. No projeto inicial, em 2014, a restauração estava orçada em R$ 2,5 milhões, mas este valor está defasado pela inflação do período.

Gestora cultural da empresa responsável pelo restauro, Cristina Seibert Schneider explica que o próximo passo é captar recursos para a segunda etapa. “O projeto está na LIC e já contamos com o patrocínio da primeira empresa para esta fase e temos o retorno de que as que investiram na primeira etapa darão continuidade. Com isso, acredito que, provavelmente, na metade do próximo ano deveremos reiniciar as obras”, projeta. Entre aprovação pela LIC, captação de recursos e execução das obras, Cristina acredita que todo o processo leve mais três anos depois de reiniciado.

Depois que todas as etapas forem concluídas, a Casa Vidal abrigará uma série de espaços culturais, servindo de fomento ao setor na cidade. O projeto prevê que o imóvel receba o Museu Municipal, que hoje se encontra fechado para visitação, e as bibliotecas Pública e Infantil, além da criação do Arquivo Municipal no complexo (hoje ele inexiste). Também estão previstas no local uma sala para oficinas de artes cênicas, outra de educação patrimonial, uma para exposição de longa e curta duração, além de espaços de apoio, pesquisa e de reserva técnica. O projeto contempla ainda uma sala multiuso. Tudo de acordo com as normas de acessibilidade e respeitando as características do imóvel, que é o segundo prédio em alvenaria construído em Taquara, sendo, atualmente, o mais antigo existente na cidade.

Para a secretária Beatriz, o avanço na restauração de um patrimônio da cidade é um emblema da importância de se preservar a história e fomentar a cultura. “Estamos trabalhando muito para que a economia criativa de fato seja reconhecida como um setor importante também na economia do Estado. Esta economia que possibilita que os artistas, que os trabalhadores da cultura possam fazer uso das suas habilidades em prol dos cidadãos. Com esta pandemia, se não fosse a arte, se não fosse a cultura, as pessoas estariam numa situação muito delicada, fechadas em seus lares, sem uma boa série, sem um bom filme, sem um bom livro. Penso que a pandemia mostrou àqueles que ainda não percebem na arte e na cultura algo relevante na vida dos cidadãos, das cidades, uma forma de sensibilizá-los para a questão.”

Local seguirá como ponto de encontro, mas com outro objetivo

Construída no final do século XIX pelo coronel Jorge Fleck, governante de Taquara no período que ocorreu a Proclamação da República, a Casa Vidal foi referência para viajantes por ser um importante ponto comercial, onde eram vendidos tecidos e ferragens. “Foi um percursor dos shoppings centers. Aqui se vendida de botão de camisa a vestido de casamento. Até armamento. O que se vê nos shoppings hoje já tinha na Casa Vidal”, lembra o prefeito Tito Lívio Jaeger Filho. Doado ao município em 2010 e tombado em 2012, o imóvel de quase 1,5 mil metros quadrados no Centro de Taquara deixará o comércio de lado, mas não de ser um ponto de encontro para a população da cidade e do Vale do Paranhana. “Aqui, a cultura irá se encontrar”, defende Tito.

O que foi feito na primeira fase?

Restauração completa irá exigir mais de R$ 2,5 milhões Foto: Ermilo Drews/GES-Especial
A primeira etapa focou a parte mais antiga - que tem traços de enxaimel, substituição da cobertura e a construção da nova edificação com banheiros e salas com cobertura em telhado verde. Na fachada foi retirado todo o reboco e executado reboco novo de cal e areia. Na parte dos fundos, foram escavadas as fundações e ajustado o nível, foi feita a fundação nova, alvenarias, vigas e laje de cobertura. Foram executados reforços estruturais na fachada, com atirantamento da parede da fachada principal que estava ruindo, reforço das fundações, nova estrutura da cobertura, e a cobertura com subtelhado e telhas cerâmicas tipo francesa. Também foram colocadas novas calhas, algerozes e cabeamentos. Foram reconstituídos vãos das portas e janelas da parte dos fundos e na fachada da Rua Edmundo Saft. Para a segunda etapa estão previstos a execução de cobertura de outra parte do prédio, estruturas para o elevador, estruturas internas, barroteamento do piso, drenagens, escavação do porão e restauro de esquadrias.

O projeto conta com a realização da administração municipal, o patrocínio das empresas Usaflex, Calçados Bibi, Pirisa, F. H. Comassetto Materiais de Construção, Embutidos Smaniotto, Frigorífico Santo André e Rede Müller e financiamento do PróCultura/RS e do governo do Estado.

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