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Notícias | Região Bandeira vermelha

Orla vazia, mas calçadas movimentadas no litoral

Após decreto do Estado proibindo aglomerações na faixa de areia, quem foi à praia no final de semana teve que se contentar em caminhar ao longo do calçadão de Imbé e Tramandaí

Publicado em: 07.12.2020 às 03:00 Última atualização: 07.12.2020 às 07:49

Já que por enquanto não dá praia, veranistas aproveitaram para se exercitar no calçadão de Tramandaí durante o sábado Foto: Adair Santos/Fotos Adair Santos/GES-Especial
O mar e a areia da praia, que tanta diversão proporcionam aos veranistas, serviram apenas para contemplação. O primeiro final de semana de dezembro também foi o primeiro após as medidas emergenciais publicadas no último dia 30 pelo governo do Estado para o combate à pandemia, diante do crescimento do número dos casos. A grande maioria permaneceu apenas nas calçadas de Tramandaí e Imbé, mas houve quem protagonizou cenas de aglomerações na faixa de areia - por desconhecimento ou teimosia.

Mas o clima nublado, o vento forte, a temperatura amena de 23 graus e a garoa fina que caiu no sábado ajudaram a reduzir a tentação de burlar as regras. O construtor Tércio Ardengue, 43 anos, viajou 475 quilômetros de Palmeira das Missões até Imbé com outras seis pessoas da família, mas acabou não realizando o sonho de tomar um banho de mar. "Foi um verdadeiro banho de água fria", lamentou.

Passeio com a Zaia

Alheio ao clima e ao vento, o analista de sistemas Alexandre de Oliveira Pires, 52, de Porto Alegre, passeou com a cadela Zaia. Como sempre faz, estava de máscara. "A vacina vai demorar a chegar até a maioria das pessoas. O que realmente funciona, por enquanto, é adotar todos os cuidados", opina.

Os clientes desapareceram, revelam donos de quiosques e restaurantes

Sem poder servir em mesas na areia ou na calçada, Fernando e Marisete viram o faturamento despencar Foto: Adair Santos/GES-Especial
Donos de um quiosque em Imbé, Fernando Silveira, 64, e a esposa, Marisete, 55, concordam que o coronavírus deve ser combatido pela sociedade, mas revelam-se preocupados com o orçamento, pois as contas continuam a chegar. "Nesta hora, no ano passado, as mesas estariam lotadas. Nosso faturamento vai cair pela metade", lamenta Silveira. Sabrina Hemerich dos Santos, 37, é dona de um pub na Avenida Beira-Mar de Tramandaí, que pode receber o público, e de um quiosque em Imbé, que não pode servir clientes nem na calçada. "Se as restrições continuarem, vamos ter que fechar", alerta.

 

1 km de fita colocado em Tramandaí

Secretário Claudiomir Foto: Adair Santos/GES-Especial
Uma barreira simbólica, mas que serve como importante aviso. Às 6 horas da manhã de sábado, um quilômetro de fita foi colocado na parte mais movimentada de Tramandaí. "Temos algumas poucas resistências, pois a grande maioria vem acatando as orientações, pois há o entendimento de que a situação é grave", observa o secretário municipal da Segurança e Trânsito, Claudiomir da Silva Pedro.

Uma verdadeira força-tarefa, formada pela Brigada Militar, Bombeiros e Guarda Municipal foi formada para que o decreto seja cumprido. "Por precaução, inclusive as academias ao ar livre foram temporariamente interditadas com o intuito de evitar aglomerações", salienta o secretário.

 

Reservas canceladas

A notícia das restrições na orla, após o decreto publicado em 30 de novembro pelo governo do Estado, causou um impacto econômico também na rede hoteleira do litoral norte. Durante a semana, cerca de metade das reservas em hotéis foram canceladas.

Em Imbé, apenas os pescadores profissionais podem ficar na orla

Apesar de o decreto permitir exercícios na orla, Luís Alberto Morassutti foi orientado a caminhar na calçada Foto: Adair Santos/GES-Especial
O decreto do governo do Estado permite apenas a circulação e a prática de exercícios físicos na faixa de areia. Em Imbé, porém, a Vigilância Sanitária orientou 60 pessoas que estavam caminhando na orla a irem para a calçada, para não despertar esse desejo nos demais.

"Sugerimos que somente pescadores profissionais permaneçam na orla", observa o diretor do Departamento de Vigilância Sanitária, Igor Mesquita. "Vim porque, no meu entendimento, poderia caminhar na orla. De qualquer maneira, acho corretas e necessárias as restrições na praia", disse o advogado Luís Alberto Morassutti, 63.

 

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