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Notícias | Região Violência

Passageira denuncia ter sido agredida por estranho dentro de vagão do trem

Jovem de 24 anos ainda tem no corpo as marcas das agressões sofridas na manhã de quarta-feira. 'Achei que fosse morrer'

Por Renata Strapazzon
Publicado em: 10.12.2020 às 13:54 Última atualização: 11.12.2020 às 11:29

As marcas das agressões ainda estão pelo corpo da jovem de 24 anos, com hematomas no rosto, pescoço e nos braços. Moradora de Canoas, a assistente comercial, que pede para ter o nome preservado, foi vítima, na manhã de quarta-feira (9), de uma série de agressões dentro do vagão do trem, praticadas por um estranho. Segundo relato da jovem, ela seguia para o trabalho, em Novo Hamburgo, por volta das 6h50 quando na Estação Luiz Pasteur, em Esteio, entraram alguns passageiros, entre eles, o agressor. Na estação Sapucaia, as demais pessoas desceram do vagão, ficando somente ela e o homem na composição.  

"Quando o trem fechou as portas e começou a andar entre as estações Sapucaia e Unisinos, começou o terror. O homem me atacou por traz sem mesma eu ver e reagir. Comecei a lutar pedindo por socorro à espera de alguém ouvir nos outros vagões, sem sucesso. Foram os dois ou cinco minutos mais terríveis da minha vida. Ele me bateu com socos na cabeça, tentou me estrangular e só me soltou quando supliquei pela vida, dizendo que eu tinha um bebê. Nessa hora, ele me soltou e foi para o fundo do vagão longe de mim e ficou de lá me encarando. Perguntei porque ele havia feito aquilo comigo e ele não respondeu, permaneceu calado", lembra a jovem ainda assustada. "Foi horrível, eu achei que fosse morrer ali, sem ninguém ver", relata. 

 

Pedido de socorro

Segundo a jovem, quando o trem parou na Estação Unisinos, em São Leopoldo, ela tentou, em vão buscar por socorro. "Desci correndo pedindo ajuda na plataforma e ninguém me ajudou. Ele permaneceu dentro do vagão do trem e seguiu viagem". diz. A jovem relata que não encontrou nenhum segurança na estação e que na bilheteria também não teve apoio dos funcionários da empresa.

"O atendente terminou o que estava fazendo primeiro para depois me ouvir. Acredito que ele não tenha feito nada, nem tenha avisado o maquinista do trem pois fiquei cerca de meia hora sentada na estação sem resposta alguma. Uma senhora da limpeza foi quem me acudiu, me oferecendo um copo de água e depois uma outra moça que chamou um transporte de aplicativo para eu ir até a delegacia", recorda.

Na Delegacia de Polícia, a jovem registrou um boletim de ocorrência, citando as características do agressor. "Em um primeiro momento achei que fosse um passageiro comum indo para o trabalho, pois estava bem vestido de casaco moletom vermelho, calças jeans azul e cabelo arrumado", comenta.

A jovem ainda questiona a falta de respostas por parte da Trensurb. "Mandei mensagem para a ouvidoria e também nas redes sociais sem obter nenhuma resposta. Acredito que aquele homem era um psicopata porque partiu para cima de mim sem motivo algum. Estou traumatizada. Depois de tudo isso não quero voltar a andar de trem, ainda mais sozinha", diz.

Trensurb apura o caso

No fim da tarde, a Trensurb informou que está apurando o ocorrido, inclusive quanto à atuação da equipe da estação onde a usuária relata ter procurado apoio. Vale destacar que nem sempre é possível que as respostas da Ouvidoria e dos perfis da empresa nas redes sociais sejam imediatas e esses canais não têm como atribuição tratar de questões urgentes.

Há um número de telefone disponível 24 horas para situações de emergência/urgência: (51) 3363-8026. Há, ainda, um número exclusivo para envio de mensagens de texto contendo denúncias e também para situações de emergência/urgência: (51) 98463-9863.

De qualquer forma, a empresa coloca-se à disposição da usuária e autoridades competentes para colaborar na tentativa de identificação do suspeito.

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