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Notícias | Região Coronavírus

Com demanda em alta, região vai ter 56 novos leitos de UTI abertos ou reativados

Incrementos ocorrem em hospitais dos vales do Sinos, Paranhana, Caí, Serra e litoral norte. Secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, chama a atenção para o pior patamar da pandemia e frisa que ampliação é finita

Por Bianca Dilly
Publicado em: 15.12.2020 às 03:00 Última atualização: 15.12.2020 às 08:01

UTI Covid no Hospital Bom Jesus, de Taquara, ganhou novos leitos no último sábado Foto: Divulgação/HBJ
Mais de 50 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) estão em processo de instalação ou reabertura em hospitais da região para o enfrentamento ao novo coronavírus. Em função da crescente demanda de pacientes graves com Covid-19 e altos índices de ocupação da estrutura atual, a ação se fez necessária para ampliar o atendimento. São instituições dos vales do Sinos, Paranhana, Caí, Serra gaúcha e litoral norte que recebem o incremento, na tentativa de frear a possibilidade de colapso do sistema neste momento.

De acordo com a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, as habilitações já foram encaminhadas ao Ministério da Saúde. "Nós fizemos um movimento para reabrir 72 leitos que tinham sido desativados em função da anterior baixa taxa de ocupação, além da criação de 114 novos em todo o Estado", afirma. Enquanto o processo não é aprovado em Brasília, quem assume o custeio é o governo gaúcho. "Ainda não temos o prazo previsto, mas esperamos que habilitem por no mínimo 60 dias, para os meses de dezembro e janeiro", acrescenta.

Na região, Arita explica que são 12 UTIs a mais no Hospital São Francisco de Assis (HSFA), de Parobé, 11 no Hospital Bom Jesus, de Taquara, dez no Hospital Beneficente São Vicente de Paulo, de Osório, reabertura de três e dois novos no Hospital Sapiranga, dois no Hospital Centenário, de São Leopoldo, reativação de cinco no Hospital Municipal de Novo Hamburgo (HMNH), seis no Hospital Montenegro e cinco no Hospital de Canela. "Sem contar as unidades de Santa Maria, Pelotas, Caxias do Sul, Bagé, Ijuí, entre outros", frisa.

Outros hospitais

Entre as estruturas da região, uma das que demandam maior esforço é a do hospital de Osório. Foi a partir de reuniões com as 23 prefeituras do litoral norte que veio a definição para a instalação dos dez novos leitos na casa de saúde.

"Começamos o movimento ainda no mês de outubro, pois sabíamos que haveria necessidade de mais leitos em função do verão", afirma o presidente da instituição, Marco Aurélio Pereira. O objetivo é entregar a nova UTI, montada onde estavam funcionando os leitos clínicos para Covid, até 2 de janeiro.

"O Estado nos destinou 20 bombas de infusão, dez respiradores e dez camas, pois os equipamentos não chegariam em tempo hábil caso os adquiríssemos. Agora, estamos trabalhando também na composição das equipes, pois há uma séria dificuldade em encontrar profissionais dispostos", complementa.

Em Montenegro, quatro leitos foram reativados no início do mês e a liberação dos outros dois deve ocorrer nos próximos dias. "A decisão da reabertura se dá devido ao aumento de casos de Covid-19 no Vale do Caí e atendendo ao pedido da SES", informa a direção da casa de saúde, frisando que todos já estão ocupados por pacientes com confirmação da doença.

Em Novo Hamburgo, a reabilitação ocorreu em 25 de novembro e 34 dos 35 estavam ocupados na tarde de ontem. O Hospital Centenário, de São Leopoldo, informa que ainda não teve retorno para a habilitação de dois novos leitos, além dos 16 já em operação.

Segundo a assessoria de imprensa da instituição, as novas unidades de Sapiranga estão em funcionamento, totalizando 17
leitos de UTI.

Recorde de ocupação nas UTIs gaúchas durante a pandemia

A secretária Arita pede atenção para o cenário atual, em que a ocupação de UTIs ultrapassa 83% no Estado. "Temos menos de 500 leitos livres. A taxa é de 0,44 leito disponível para cada leito ocupado", alerta, sobre patamares recordes na pandemia. Porém, a secretária lembra que há um limite na abertura de novas estruturas. "Isso não é infinito. Temos dificuldade para montar equipes, conseguir bombas de infusão, medicamentos... Se a população não se cuidar, poderemos ter colapso no sistema", destaca.

Secretária pede conscientização das pessoas

Conforme a secretária de Saúde Arita Bergmann, os novos leitos vão equilibrar um dos indicadores da pandemia, que é o da taxa de ocupação das UTIs. "Mas se a população não tomar os cuidados, continuar se aglomerando, não usando máscara, isso não vai ser suficiente para evitar a progressão do vírus", aponta.

Ela lembra que a situação do Rio Grande do Sul é delicada, a exemplo do que pode ser visto pelo mapa de distanciamento controlado do Estado. "Duas regiões foram para a bandeira preta pela primeira vez e outras dez ficaram próximas. Abrimos mais leitos para garantir o acesso ao tratamento, mas a situação só vai mudar se as pessoas forem responsáveis", conclui.

Metade dos leitos no Paranhana

O maior contingente fica no Vale do Paranhana, que até então somava 20 leitos de UTI em oito hospitais da região de Taquara no distanciamento controlado. A capacidade será mais do que dobrada. Ainda ontem, iniciou-se o atendimento nas novas unidades de Parobé. As vagas abertas foram instaladas na recém inaugurada ampliação da casa de saúde, em prédio destinado para serviços de emergência e pronto atendimento.

No local, originalmente projetado para a sala de recuperação cirúrgica, foi preparado o espaço para atender pacientes adultos com Covid-19. Segundo o HFSA, respiradores e monitores foram cedidos pelo Estado, enquanto que os demais equipamentos e mobiliário pertencem à instituição. A habilitação é temporária e tem prazo inicial de 90 dias, podendo ser prorrogada. Para compor a escala de atendimento, foram contratados cinco enfermeiros, 32 técnicos de enfermagem, além de reforços em áreas de apoio, como higienização, farmácia e nutrição e médicos.

Segundo o presidente da Associação Beneficente de Parobé, mantenedora do HSFA, Elois Selomar dos Santos, a estrutura foi montada em uma semana, o que demonstra a agilidade da equipe. Agora, são 22 leitos de UTI no hospital.

Em Taquara, o funcionamento começou no último sábado. São 11 novas unidades Covid no hospital, que passaram a operar na estrutura da UTI anterior, já existente. O governo do Estado forneceu respiradores e monitores e as equipes foram contratadas e redimensionadas. Houve realocação de pacientes e leitos clínicos para o bloco cirúrgico.

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