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Notícias | Região Crime organizado

Fuzil achado em apartamento no bairro Canudos pode ter sido usado em ataque a banco em SC

Segundo a Polícia Civil, facção usa condomínios residenciais em Novo Hamburgo para guardar fuzis e munições usados em assaltos

Por Silvio Milani
Publicado em: 22.12.2020 às 03:00 Última atualização: 22.12.2020 às 10:02

Fuzil 556 foi apreendido na madrugada de ontem em imóvel mantido por facção Foto: Polícia Civil
A Polícia Civil descobriu um depósito de armas da facção Os Manos em apartamento no bairro Canudos, em Novo Hamburgo, na madrugada de ontem. No imóvel travestido de moradia, os agentes encontraram um fuzil calibre 556, farta munição de grosso calibre, toucas ninjas, peças para pistola glock e diversos carregadores de vários fuzis. O delegado da Delegacia de Repressão de Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Canoas, Thiago Lacerda, acredita que haja várias outras casas no Vale do Sinos servindo para guardar o arsenal da facção. A estratégia dos criminosos é pulverizar os armamentos para dificultar apreensões.

Quando os agentes de Canoas chegaram no apartamento em Novo Hamburgo, não havia ninguém no imóvel. Foram ainda apreendidos tijolos de maconha em um dormitório. Conforme o delegado, o material será encaminhado para perícia sofisticada, que envolve exame de DNA, para identificar suspeitos que tenham manuseado o armamento. A propriedade do apartamento também é apurada. O nome do condomínio não é revelado para não atrapalhar as investigações.

Associações

Lacerda revela que o grupo estaria planejando roubos com alto poder de fogo a bancos, caixas eletrônicos e cargas. A suspeita é que o fuzil apreendido tenha sido usado no ataque ao Banco do Brasil em Criciúma, Santa Catarina, há menos de um mês, quando mais de 30 homens invadiram a cidade e roubaram cerca de R$ 800 milhões. "As investigações buscam ligar os criminosos a ações passadas, bem como atuar preventivamente para frustrar ações violentas que poderiam ocorrer no período de fim de ano", observa.

O diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana, delegado Mario Souza, frisa que as investigações prosseguem para o completo mapeamento do grupo criminoso. A apreensão no bairro Canudos traz novos elementos sobre o forte investimento no Rio Grande do Sul feito pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), quadrilha paulista que se expande para todo o País, em sociedade com os Manos, que tem base no Vale do Sinos.

Outra operação em condomínio teve um preso

A estratégia de residências de fachada no bairro Canudos resultou em outra apreensão de armamento em um apartamento. Na noite de 23 de julho, a Brigada Militar descobriu que uma unidade no bloco 7 do condomínio Mundo Novo servia como depósito da facção. O morador de 22 anos, conhecido como Patinho, foi flagrado com 12 pistolas, 28 carregadores, 11 munições calibre 45 e uma calibre 9 milímetros. O material estava guardado no roupeiro.

Fuzis também são usados em execuções

A facção também vem empregando fuzis para executar concorrentes, traidores e devedores. "Eles têm muitas pistolas e revólveres, que são as armas mais usadas em homicídios, mas às vezes optam por fuzis para demonstrar força", comenta um policial. É como aconteceu com um casal de jovens executado em um apartamento em Araricá, no início de junho. Os matadores deram 79 tiros de fuzil e pistolas de diferentes calibres nas vítimas.

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