Quase todos os dias, o caminhão da White Martins descarrega novos tubos de oxigênio no hospital de Rolante, no Vale do Paranhana. Antes da pandemia, as entregas eram feitas uma vez por semana.
O consumo de oxigênio na unidade disparou nos últimos dias e está mais de 10 vezes acima do volume considerado normal pela administração do hospital.
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Antes da pandemia, eram adquiridos de 50 a 60 cilindros por mês. Em janeiro, foram 117 cilindros. Em fevereiro, o número subiu para 281. Em apenas 12 dias do mês de março, já são 291.
“Eram 2 cilindros por dia, agora é um e meio por hora. Isso tudo em um hospital de médio porte, que já vem com o orçamento combalido ao longo dos anos pelas dificuldades todas que conhecemos. Isso é devastador nas finanças do hospital”, afirma o administrador do Hospital de Rolante, Flaubiano Lima.
O preço também subiu, de R$ 135 para R$ 165 nos últimos 40 dias.
Anestésicos no fim
A principal preocupação da administração no momento é a iminente falta de anestésicos. O estoque atual é suficiente para mais alguns dias e não há perspectiva de nova aquisição.
“Ainda não fomos afetados porque vínhamos conseguindo comprar. Agora, temos anestésicos só até metade da semana que vem. Para depois de terça ou quarta-feira não tem garantia de que vamos conseguir. Não é nem por falta de recurso, mas porque não existe no mercado”, diz o administrador do Hospital de Rolante, Flaubiano Lima.
Além disso, os preços dispararam. Ele afirma que há medicamentos que custavam R$ 5 a amplo antes da pandemia e agora custam mais R$ 30.
Campanha de arrecadação
A Associação do Comércio, Indústria, Serviços e Agropecuária (Acisa ) de Rolante e Riozinho criou uma campanha para arrecadar dinheiro para comprar insumos para os hospitais dos dois municípios.
Com o mote “Ajudem os hospitais a respirarem” a iniciativa busca doações para comprar cilindros de oxigênio, medicamentos e EPIs. A iniciativa tem apoio do Lions Clube e da CDL locais. Nas primeiras 24 horas, a campanha já arrecadou mais R$ 20 mil.
“A gente resolveu, dentro dessa discussão, engajar mais entidades para que isso tomasse mais força. Começou a ganhar corpo de forma extraordinária, com uma resposta positiva da comunidade. Mais de 100 pessoas físicas e jurídicas já contribuíram”, afirma o presidente do conselho da Acisa, Jorge Alberto Ramos de Souza.
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