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Notícias | Região Caos na saúde

Em colapso, hospitais enfrentam escassez de oxigênio, remédios e EPIs

Além da superlotação, casas de saúde da região têm serviços afetados pela falta de insumos básicos e pedem ajuda. Em Rolante, anestésicos estão no final. Em Igrejinha, faltam luvas. Por isso, entidades articulam doações

Por Matheus Chaparini
Publicado em: 15.03.2021 às 06:00 Última atualização: 15.03.2021 às 12:53

Foto por: Joceline Silveira/GES-Especial
Descrição da foto: Com estoques no fim, Hospital Bom Pastor enfrenta dificuldades para repor remédios

Com o agravamento da pandemia, a capacidade de atendimento em saúde dos municípios da região se aproxima do limite em diversos aspectos. Além da superlotação dos hospitais e da escassez de mão de obra qualificada para ampliar leitos, a saúde enfrenta ainda a dificuldade em acessar insumos básicos. O consumo de oxigênio, medicamentos e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)disparou. Diante da situação, a Saúde pede socorro.

Entidades e os próprios hospitais se mobilizam para arrecadar recursos. Em Rolante e Riozinho, Associação do Comércio, Indústria, Serviços e Agropecuária (Acisa) criou uma campanha para arrecadar dinheiro para comprar insumos para os hospitais dos dois municípios. Com o mote Ajudem os hospitais a respirarem, a iniciativa - que tem apoio do Lions Clube e da CDL locais - busca doações para comprar cilindros de oxigênio, medicamentos e EPIs.

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No Hospital de Rolante, além do atendimento a pacientes com Covid-19, apenas a emergência está funcionando. "No auge da pandemia no ano passado, nunca tivemos mais do que quatro ou cinco pacientes internados. Hoje estamos mantendo uma média de 20 a 25 internados, com até quatro entubados", afirma o administrador Flaubiano Lima.

O consumo de oxigênio cresce na mesma medida das internações. Antes da pandemia, eram 50 a 60 tubos de oxigênio por mês. Em janeiro, foram 117 cilindros. Em fevereiro, o número subiu para 281. Em apenas 12 dias do mês de março, já são 291. O preço do cilindro subiu de 135 reais para 165 reais.

Ainda assim, o maior problema em Rolante é o suprimento de outros insumos básicos, como medicamentos. O gestor afirma que há anestésicos em estoque até a metade desta semana e não há garantia de que será possível adquirir mais. "Não é nem por falta de recurso, mas porque não existe no mercado", diz.

O Hospital Bom Pastor, de Igrejinha, lançou uma campanha para doação de luvas. Antes da pandemia, o hospital consumia 50 caixas de luvas por mês, hoje são quase 500. O preço também disparou de 13 reais para 80 reais cada caixa. "O volume utilizado aumentou e os preços foram absurdamente elevados. A gente compreende que existe uma questão de oferta e procura. Todos hospitais aumentaram o consumo, acaba não tendo suficiente", afirma o administrador do hospital, João Schmitt.

Ontem à noite, o governo do Estado confirmou o recebimento de um lote de propofol, medicamento que compõe o kit entubação. Nos últimos dias, chegaram dois outros medicamentos do kit, o Atracúrio e a Epinefrina. A distribuição aos hospitais começa amanhã. Até o fechamento desta edição, porém, não havia confirmação de quais hospitais receberiam os kits.

Hospitais entram na corrida por anestésicos

Além de Igrejinha, João Schmitt administra o hospital de Parobé, onde ele avalia que "o cenário é de muito mais dor".

O estoque de anestésicos está praticamente vazio. O consumo desses medicamentos, essenciais para manter pacientes entubados, aumentou muito.

"A situação é totalmente dramática. Estamos praticamente sem anestésicos. Inclusive fizemos comunicação ao Estado para que não encaminhe mais pacientes para Parobé. Está muito, muito difícil."

O gestor afirma que os fornecedores estão exigindo pagamento à vista. "Tem mil ampolas de determinado medicamento. Quem pagar mais na hora, leva. Se você demorar 10 minutos, perde a compra", revela.

 

Em Montenegro, demanda é por alimentos

Na última sexta-feira, o diretor executivo do Hospital Montenegro, Carlos Batista da Silveira, realizou uma coletiva de imprensa para pedir apoio de empresários locais e da comunidade.

"Precisamos de doações de gêneros alimentícios e pedimos também o apoio das empresas com EPIs, como máscaras, luvas, aventais. Fazemos um apelo para que as prefeituras da região façam repasses espontâneos. Nosso hospital atende a 14 cidades, 12 do Vale do Caí e mais Triunfo e Tabaí".

Ainda conforme Silveira, em 2020 foram gastos, em tratamento para a Covid-19, R$ 2,8 milhões somente em medicamentos. Este ano, o número deve chegar a R$ 4 milhões. Além disso, o preço dos EPIs disparou.

"Máscara custava R$ 4,35 e agora pagamos 19 reais, o avental era R$ 1,04 e hoje pagamos R$ 4,60, tudo subiu muito", explica.

Universidades querem oferecer profissionais

O Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung) enviou ofício ao governador Eduardo Leite colocando à disposição profissionais e estruturas físicas, para ampliar a escala de vacinação.

O documento destaca a relevância de os professores terem sido incluídos nos grupos prioritários.

O reitor da Universidade Feevale, Cleber Prodanov, que também é vice-presidente do Comung, reforça ser necessário que a vacinação chegue logo a toda população, mas que é preciso acelerar o processo e imunizar o quanto antes todos os profissionais da educação. "Eles estão na linha de frente e prestam um serviço essencial na educação", afirma.

 

Como ajudar

Rolante e Riozinho

Chave Pix: 98595 4831
Conta bancária - Sicredi
Cooperativa 0109
Conta: 71297-3
CNPJ 05.495.440/0001-80
Acisa Rolante e Riozinho

Igrejinha

Luvas podem ser entregues diretamente ao hospital
Pix: 87369799000176
Boleto ou cartão de crédito: http://doa.la/aquisição-de-luvas


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