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Notícias | Região Pandemia

Com aumento de mortes, há preocupação com os impactos da Covid na estrutura funerária

Embora onda mais recente de casos ainda não tenha tido reflexos sobre os cemitérios, situação é monitorada porque há casos em que a estrutura já vinha em esgotamento

Por Débora Ertel e Matheus Chaparini
Publicado em: 16.03.2021 às 03:00 Última atualização: 16.03.2021 às 08:51

Mortes pelo coronavírus ainda não causaram impacto específico nos cemitérios, mas a situação é monitorada Foto: fotos Matheus Chaparini/GES-Especial
A agressividade do coronavírus nesta terceira leva de contaminação já liga o sinal de alerta sobre as estruturas necessárias para ofertar um destino digno a quem perdeu a vida para a doença. De 12 cidades da região, em dez delas o número de óbitos até 13 de março é superior ao registrado durante todo o mês de fevereiro. Isso tem reflexos como nos espaços para corpos aguardarem a retirada, serviços funerários, vagas em cemitérios e até o registro de óbito.

Em Taquara, o aumento de mortes por Covid do mês passado até agora foi de 78,57%, de 14 para 25. Para dar conta de atender a demanda, alguns espaços tiveram que ser reestruturados. É o caso do Hospital Bom Jesus, que possuía apenas um espaço de morgue (necrotério), mas precisou abrir um segundo. Conforme a assessoria de imprensa da casa de saúde, dessa maneira, quando há um óbito contaminado por Covid e outro não, os corpos são colocados em morgues distintos, um com capacidade de dois corpos e o outro de quatro.

Fábio Matte, sócio de uma funerária no município, conta que a média de atendimentos mensal é de 30 a 40 sepultamentos. Em março, já foram 50. A empresa trabalha com estoque de caixões considerado alto, com cerca de 100 unidades. Segundo Matte, há funerárias menores que já enfrentam dificuldade em comprar caixões porque há falta de insumos.

O secretário municipal de Meio Ambiente, Luciano Campana, reconhece que há um aumento no número de mortes, mas diz que a falta de espaço no cemitério é anterior à pandemia. "Não é a pandemia que cria um exaurimento do cemitério municipal. É algo histórico", afirma Campana

De acordo com ele, há cerca de quatro anos já são realizados sepultamentos na área onde antes havia uma estrada, terreno que foi anexado ao cemitério. Conforme Campana, a prefeitura negocia a compra de parte de um terreno lindeiro, para ampliar a capacidade com uma estrutura de gavetas.

Óbitos por Covid na região

Sapiranga

Sirlei Marta de Castro fala no impacto emocional Foto: Matheus Chaparini/GES-Especial
A evolução da doença também chama atenção sobre a situação de Sapiranga. Em julho, teve 16 mortes por Covid-19, em novembro dez, em fevereiro 30 e até dia 13 de março, 47.

Sirlei Marta de Castro, 56 anos, é proprietária de uma funerária em Sapiranga. Ela atua no ramo há 29 anos e afirma que nunca trabalhou com tanto cansaço físico e emocional. "É muito difícil para as famílias essa história de levar uma pessoa caminhando para o hospital e depois receber um caixão que não pode nem abrir."

Novo Hamburgo

Em Novo Hamburgo, mesmo que a cidade tenha somado quase 500 mortes por Covid-19, sem levar em conta as outras perdas por causas variadas, a Prefeitura informa que o Cemitério Municipal Willy Martin tem espaço.

De acordo com a Diretoria de Serviços Urbanos, mesmo neste período de pandemia, o gerenciamento da ocupação dos túmulos e gavetas do local não apresenta no momento dificuldade de organização e atendimento ao público. São 15 mil túmulos e gavetas ocupados, com uma média de 1 mil vagas por ano.

Campo Bom sem mudanças ainda

Até o momento, Campo Bom não teve um crescimento exponencial no número de mortes por Covid entre fevereiro e a segunda semana de março. A assessoria do Hospital Lauro Reus diz que não foi preciso realizar mudanças na estrutura da casa de saúde por causa dos óbitos de Covid.

Não há risco de demora para registrar óbitos

Em Porto Alegre, na noite de domingo para segunda-feira, filas se formaram de pessoas aguardando para registrar o óbito de familiar, sendo a maioria por coronavírus.

Em Novo Hamburgo, segundo a registradora do Cartório de Registro da 1ª Zona, Elisabeth Pereira Rodrigues Schwab, não há riscos de uma situação assim acontecer.


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