Com 28 indiciamentos desde janeiro, a Polícia Civil de Estância Velha lidera o combate aos crimes contra animais neste ano no Estado. É a cidade onde mais se registrou ocorrências de maus-tratos à fauna no período. São 12. Bagé, que vem em segundo, tem nove. “Notamos um aumento das denúncias e da credibilidade que a comunidade estanciense tem conosco”, declara a escrivã Daniela Saul Friedrich, que é médica veterinária.
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Ela vê a instalação do cartório de combate aos crimes ambientais na DP local, há quatro anos, como um diferencial. “Outro aspecto é a integração com órgãos de fiscalização municipais e estaduais. É um trabalho forte de prevenção, orientação, que atende média de 50 denúncias ao mês.” A prioridade, conforme a policial, é atuar nos maus-tratos a cães, gatos e outros animais domésticos e silvestres, cativeiro de aves silvestres ou em extinção e galos de rinha. “Também temos trabalho muito forte na orientação e fiscalização de cavalos utilizados em carroças.”
Os 28 indiciamentos do ano provêm de 21 inquéritos. “Em 2020, tivemos 40 indiciamentos.” Daniela lembra que, no ano passado, foram cumpridos 35 mandados de busca e apreensão. Ela acrescenta que o trabalho envolve checagens de denúncias, levantamento de locais e condução de suspeitos. “O encaminhamento dos animais após as apreensões é um cuidado essencial para que todos tenham destino digno.
Quando cegou o cão com um facão, o estanciense estava ao abrigo de crime considerado de menor potencial ofensivo. Com a nova lei de maus-tratos a animais sancionada em setembro do ano passado, ele poderia ter sido preso em flagrante e condenado de dois a cinco anos de reclusão. “A partir dessa nova lei, efetuamos duas prisões em flagrante. É importante frisar que ela vale somente para cães e gatos”, ressalta Daniela. Uma prisão foi na Rua Goiás, no bairro Rincão Gaúcho, na manhã de 23 de dezembro, e a outra na Rua das Gérberas, no Encosta do Sol, na manhã de 17 de dezembro.
“É um trabalho que agrega valor às ações da nossa delegacia, essencialmente por contarmos com uma veterinária na equipe, somando-se às investigações prioritárias contra roubos, tráfico e homicídios”, frisa o delegado de Estância Velha, Rafael Sauthier. Para ele, os esforços conquistaram a credibilidade da população. “Criou-se um ambiente de confiança na atuação da Polícia e dos fiscais do meio ambiente, fazendo com que as pessoas se sintam motivadas a denunciar na certeza de que ocorrerá apuração.” O delegado destaca que, desde setembro do ano passado, o trabalho é contínuo e passou a se chamar Operação São Francisco.
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