Conseguir dinheiro e vantagens de maneira fácil. Criminosos são ardilosos e agem assim, sem pudor. Para ser vítima não é necessário estar nas ruas.
A situação ocorrida com uma moradora do Vale do Sinos nesta quarta-feira (7) é a prova. Por meio de um anúncio para venda em um site de comércio eletrônico, os golpistas chegaram ao contato da vítima. "Eles nos ligaram ontem (quarta) pela manhã e se identificaram como profissionais da OLX. Falaram que mandariam para o meu número um código via SMS e que eu deveria informá-los. Foi o que fiz, sem maldade", contou a vítima que não quis se identificar.
"Eles tentam aplicar golpes de qualquer maneira. Foi como o delegado me disse: há alguns anos, golpistas pediam dinheiro por meio de ligações telefônicas, alegando sequestro de um familiar e simulando o choro da suposta vítima, ludibriando as vítimas por meio do desespero. Hoje é por meio do WhatsApp e do PIX", salientou.
Com o WhatsApp da vítima hackeado, os criminosos passaram a enviar mensagem para os contatos, pedindo dinheiro. A pedida era por transferência bancária, PIX ou outros caminhos alternativos.
Durante a tentativa de golpe, criminosos solicitaram a um contato da vítima (a irmã) a transferência de R$ 980. Como ela não possui PIX, eles buscaram outra alternativa, informando que poderia ser para contas dos bancos Bradesco ou Santander.
Para sustentar o pedido, eles alegaram: "Precisava de um favor seu, claro se possível. É que eu tô precisando fazer uma transferência via PIX, porém não tô conseguindo fazer do meu aplicativo. (...)".
Ela pediu um tempo e não transferiu o dinheiro. Ainda para a irmã da vítima, os golpistas também tentaram enviar o suposto link do Instagram. Foi quando ela percebeu que se tratava de fraude.
Não satisfeitos, tentaram outra maneira de dar o golpe. Encaminhando, também por meio do aplicativo de mensagens instantâneas, um link. A mensagem era atrativa, salientando para 'presentes grátis', remetendo a um suposto endereço do Instagram, outra rede social que é bastante usada para a aplicação de golpes. A irmã da vítima não clicou, percebendo que se tratava de um link suspeito.
Com o início da pandemia da Covid-19, ficou latente que a internet torna a exposição de dados pessoais mais vulneráveis. As redes sociais e aplicativos de mensagem, utilizados de forma constante tanto para questões pessoais quanto profissionais, têm se tornado a porta de entrada para criminosos agirem.
Segundo a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) golpistas têm aproveitado o maior tempo em que as pessoas ficam on-line para aplicar golpes financeiros. O aumento das transações digitais também impulsionou a crescente de golpes.
Sobre a clonagem de WhatsApp, ele pede que as pessoas não forneçam o código de segurança a terceiros, mas, caso aconteça, e a vítima não consiga mais acessar o perfil, deve informar da clonagem por e-mail ao WhatsApp e solicitar o bloqueio da conta.
Um mecanismo de segurança muito útil é a verificação em duas etapas - uma espécie de contrassenha que é solicitada pelo aplicativo para barrar tentativas de clonagem. Para ativá-la abra o aplicativo, toque no menu de três pontos e acesse as “Configurações”. Em “Conta”, escolha “Verificação/Confirmação em duas etapas”, toque em “Ativar” e escolha uma senha com seis dígitos para a conta do WhatsApp. Em seguida, será necessário confirmar o seu PIN, infomar um endereço de e-mail válido (caso esqueça seu código), tocar em “Avançar” e confirmar seu endereço de e-mail em “Salvar”.