Dia do Professor | Momento de valorizar a mágica dos educadores
Data celebra aqueles profissionais que marcam a vida de muitos
Nesta sexta-feira (15) se celebra o Dia do Professor. No Brasil, somente na educação básica há dois milhões e meio de docentes, que enfrentam diariamente os desafios da profissão dentro e fora das salas e aula, precisando se reinventar a cada geração que chega às carteiras escolares. Foi-se o tempo em que a atuação do professor se limitava apenas a aprendizagem: o professor é protagonista no desenvolvimento socioemocional dos alunos. E é justamente essa a característica que se fortaleceu e ficou ainda mais necessária no cenário pandêmico.
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"Mas a principal mudança é na atuação do professor. Hoje se ressalta muito a necessidade de tratar em sala de aula as questões que estão no currículo oculto, como se diz, que são comportamentais, além das competências e habilidades. Ao ouvir as crianças e voltar um olhar atento, ajuda a compreender as dificuldades que apresentam. Os professores marcam e deixam um sentimento positivo aos alunos e não é raro que esses estudantes se tornem reflexo daquilo que vivenciaram na escola."
Valorização profissional
Em uma realidade em que a profissão de educador é tão atacada e por vezes desvalorizada, escolher se tornar professor é, além de tudo, um ato de perseverança. Para Josíbia, perseverar na profissão é o mais desafiador. "A escolha pela profissão foi fácil, mas com o passar do tempo surgem as inseguranças e questões financeiras, que são turbulentas, mas é desafiador e gratificante. Essa valorização, financeira e moral, ao meu ver interfere na prática. Mas o professor que persevera, tem seu amor e princípios da profissão muito fortes", diz.
A professora reconhece que há realidades diferentes não somente para os alunos, mas também aos professores que atuam nas redes particulares, municipais e estaduais. "É uma profissão desafiadora, na qual não podemos ficar parados e por mais que o cenário não seja o mais favorável, o professor vai usar a criatividade ao seu favor. Ele acredita naquilo que faz e no compromisso moral que assume."
Questionada se daqui a 20 anos ainda se vê lecionando, não hesita: "com certeza", diz. Mas com desejo de evoluir. "Quero atuar em espaços diferentes, com alunos de outras idades. Evoluindo com os desafios da aprendizagem."
Dia também é de mobilização e luta
A data que homenageia os educadores está longe de ser apenas de celebração. A luta por valorização e melhores condições de trabalho é uma constante na vivência dos professores da rede pública estadual.
Por isso o Cpers Sindicato realiza mobilização hoje, a partir das 9h30, em Porto Alegre, para pedir reposição salarial de 47,82% para os servidores ativos, inativos e pensionistas vinculados à rede estadual de ensino, além de protestar contra as ações do governo.
Os professores e funcionários ativos e aposentados da rede estadual se reunião em frente ao IPE Saúde e, às 11 horas, o grupo caminha em direção ao Palácio Piratini. "Vamos dar o nosso recado também para a Assembleia Legislativa", diz a presidente do sindicato, Helenir Schürer.
Próxima discussão
Uma nova demanda deverá movimentar a classe dos profissionais com a a discussão acerca do reajuste do piso nacional do magistério, em janeiro. Em 2020 o reajuste foi de 12,84% e em 2021 ele foi congelado. Para 2022, segundo estimativas da Confederação Nacional de Municípios (CNM), com base em uma portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU) no final de setembro, o reajuste poderá chegar a 31,3%, o que representa um impacto nas despesas com pessoal das administrações públicas municipais brasileiras de montante superior a R$ 28 bilhões.
Segundo o estudo da CNM, somente em Novo Hamburgo, o impacto da estimativa do reajuste para o próximo ano pode ser de R$ 34.397.474. Em outro estudo, este realizado pela Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) em 2019, véspera do último aumento concretizado, 415 municípios gaúchos cumpriam o piso nacional.
"Queremos um equilíbrio, com a valorização dos profissionais da educação, que são fundamentais, mas também precisamos chegar a um entendimento do que se pode dar. Não podemos dar um passo maior do que a perna e perder o equilíbrio das contas públicas", disse o presidente da entidade e prefeito de São Borja, Eduardo Bonotto, quando a previsão foi anunciada.
No início do mês o governador Eduardo Leite, em coletiva, chegou a afirmar que o Estado até conseguiria honrar tal reajuste, mas seria à custa de redução de outros investimentos e uma possível volta do atraso de salário, pois seria um aumento insustentável.