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Notícias | Região NESTE ANO

O que explica a redução de 80% nos acidentes com morte na RS-239

Após mobilização regional, autoridades apontam primeiros frutos para melhorar segurança da rodovia

Por Débora Ertel
Publicado em: 18.02.2022 às 03:00 Última atualização: 18.02.2022 às 07:46

Uma rodovia com menos mortes. Essa, por enquanto, é a RS-239 no começo de 2022. Nos dois primeiros meses de 2021 foram dez vidas perdidas na rodovia que cruza de Novo Hamburgo a Riozinho, sendo cinco em janeiro e cinco em fevereiro. De janeiro a novembro, apenas agosto não registrou fatalidades. Já neste ano, foram dois óbitos, ambos neste mês. No comparativo com os dois primeiros meses de 2021, houve redução de 80% nas mortes. Além disso, os meses de dezembro e janeiro não tiveram acidentes fatais.

Segundo levantamento do Jornal NH, de janeiro a novembro do ano passado 32 pessoas morreram na rodovia. Em média, um óbito foi registrado a cada 11 dias na RS-239, apontada como a rodovia estadual mais perigosa do RS.

Rodovia que teve 32 mortes no ano passado está sendo mais fiscalizada. Também houve campanha educativa
Rodovia que teve 32 mortes no ano passado está sendo mais fiscalizada. Também houve campanha educativa Foto: Débora Ertel/GES-Especial

Para mudar essa situação, no ano passado houve uma forte mobilização de prefeituras e entidades para pressionar o governo do Estado a realizar melhorias na RS-239, com reuniões envolvendo lideranças políticas e protestos organizados pela população.

Fiscalização

Para o comandante do Grupo Rodoviário de Sapiranga, sargento Luciano Werle, o forte trabalho de fiscalização que passou a ser realizado pelo Comando Rodoviário da Brigada Militar ao longo da RS-239 é o principal motivo para a queda nos acidentes.

Segundo Werle, o radar passou a ser usado com mais frequência, em diferentes horários e locais. No ano passado, a perícia apontou que o veículo responsável pela morte de um homem no acostamento do quilômetro 35, em Araricá, transitava a 115 quilômetros por hora. Em 31 de outubro, outro veículo foi flagrado a 158 quilômetros por hora. "Os usuários estão respeitando mais a fiscalização. Houve aumento de infrações, o que pesa no bolso", comenta Werle.

O comandante ainda destaca as lombadas eletrônicas, que ainda estão em fase de testes, como ferramentas para inibir os motoristas que desrespeitam os limites. Werle lembra que a imprudência e alta velocidade são as principais causas dos acidentes na RS-239.

Comparativo de acidentes na RS-239

 

Reforço também na fiscalização eletrônica fixa

A RS-239 recebeu reforço de lombadas eletrônicas e pardais, somando no total 11 equipamentos. Segundo o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), as lombadas estão em fase de teste e devem começar a operar neste mês.

Os equipamentos ficam nos quilômetros 17 (em Novo Hamburgo, no bairro São José), 29 (em Sapiranga, bairro Amaral Ribeiro) e 51 (em Taquara). Estes pontos já tiveram lombadas, mas foram desativadas porque terminou o contrato com a prestadora de serviço.

Além disso, há três lombadas novas, no quilômetro 30 (em Sapiranga) , 35 (Nova Hartz) e 38 (Araricá). Foi criado um grupo de trabalho composto pela EGR, Daer, Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) e prefeituras da região que identificou a necessidade dos dispositivos nesses pontos a fim de diminuir os acidentes.

Quantos aos pardais, foram instalados equipamentos nos quilômetros 18, 32, 42, 55 e 62,7. Eles estão nos mesmos locais onde funcionavam os antigos equipamentos e foram substituídos apenas em razão de o outro contrato ter encerrado.

Esforço pela segurança já rende frutos

Para o presidente da Associação dos Municípios do Vale do Rio dos Sinos (Amvars), Jerri Meneghetti, a pressão que foi liderada pela entidade surtiu efeito. "Já percebemos a queda nos índices de acidentes e na letalidade. Certamente temos muito a melhorar, como a instalação de travessias em alguns pontos, por exemplo, entre outras ações", pontua.

De acordo com ele, existe a expectativa de que, aos poucos, os pleitos dos municípios que são cortados pela RS-239 sejam atendidos. "Ficaremos vigilantes e vamos continuar dialogando com o Estado na busca de mais soluções para a segurança da via", destaca.

Entre os problemas que costumam ser levantados estão a quantidade de retornos (são 66 ao longo da rodovia) e a iluminação, uma reivindicação antiga em vários trechos.

A Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), responsável pela rodovia, aponta a campanha para conscientizar os motoristas e pedestres como uma das ações que contribuíram para diminuir os acidentes na RS-239. Segundo a assessoria de imprensa, a EGR lançou peças publicitárias para conscientizar a população por meio de dois pontos de vista: do motorista e do pedestre. A EGR diz que foram realizadas ações para reforçar a necessidade de evitar comportamentos imprudentes no trânsito. Entre os pontos importantes, o uso de cinto de segurança, o cuidado de não beber antes de dirigir e observar respeito aos limites de velocidade.

A EGR pontua que desde o início de 2020 foram aplicados mais de R$ 25 milhões na RS-239, priorizando a manutenção da pista e reforço da sinalização. Além disso, a EGR ouviu lideranças de cidades como Novo Hamburgo, Campo Bom, Parobé e Araricá, buscando o diálogo para encontrar soluções e evitar acidentes. Ao longo de 2022, a EGR garante que vai continuar realizando manutenções na rodovia, como reparos, pinturas e reforço na sinalização.

De olho nos pontos mais perigosos

Das 32 mortes registradas em 2021, a maioria delas aconteceu no trecho de Sapiranga. Foram oito na Cidade das Rosas, sete em Araricá, sete em Taquara, cinco em Parobé e duas em Novo Hamburgo. Campo Bom, Rolante e Nova Hartz tiveram uma ocorrência com óbito cada.

Conforme a assessoria de imprensa de Sapiranga, a prefeitura já realizou diversas reuniões junto ao governo do Estado, onde inclusive solicitou a implantação de iluminação pública, sinalização e lombadas eletrônicas, entre outras melhorias.

O município destaca que a recente conquista da lombada eletrônica, entre os quilômetros 29 e 30, se deu através de esforço e luta por parte da administração e da comunidade.

De acordo com a assessoria, a prefeitura aguarda ainda a implantação de uma rotatória em frente à Rua Nações Unidas, a drenagem pluvial entre o viaduto do bairro São Luiz e a ponte da Citral, a pavimentação das vias laterais e o melhoramento dos acessos ao município, entre outros.

Acidentes do ano

As duas mortes deste ano na RS-239 até agora foram de motociclistas. Um acidente fatal foi no dia 5 de fevereiro, em Campo Bom, e outro foi em 11 de fevereiro, em Parobé. Também em Parobé, houve outro acidente grave, mas sem morte domingo, quando uma moto foi arrastada.

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