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Notícias | Região IMUNIZAÇÃO

Aplicação de mais de 450 mil doses de vacina está em atraso na região

Prefeituras e autoridades de saúde estão preocupadas com os que não fizeram segunda ou terceira doses e fazem busca ativa

Por João Linden
Publicado em: 23.02.2022 às 03:00 Última atualização: 23.02.2022 às 10:34

O Rio Grande do Sul iniciou a semana com mais de 3 milhões de vacinas contra a Covid-19 que já deveriam ter sido aplicadas, mas ainda não foram. Deste total, 14,5% (ou 463.146) são de imunizantes que deveriam ter sido utilizados nos 44 municípios da região (confira o detalhamento ao lado). Todos os dados são de segundas e terceiras doses atrasadas não registradas no Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) até segunda-feira.

As 44 cidades da região representam 14,5% do total de doses que estão atrasadas no RS
As 44 cidades da região representam 14,5% do total de doses que estão atrasadas no RS Foto: PAULO PIRES/GES

Mesmo com todas as campanhas e divulgações, a procura pelas segundas e, principalmente, terceiras doses é baixa no Estado. A situação não só coloca em risco a saúde de quem está com o sistema vacinal completo, mas também compromete o combate à pandemia de maneira geral.

Para contornar esses problemas, as principais cidades da região têm apostado em campanhas de conscientização e divulgação. Ofertar mais locais e horários também é uma prática usual.

Em Novo Hamburgo, por exemplo, a Prefeitura informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que disponibiliza diferentes opções para aplicar as doses. Entre os destaques, estão o ônibus da vacina e a van de vacinação, que percorrem os bairros para aproximar os imunizantes da comunidade.

Estância Velha está organizando ações noturnas e aos finais de semana, além do Vacinódromo. Esta iniciativa, que estreia amanhã, percorrerá os bairros da cidade levando doses à população. Neste primeiro dia será atendida a população do bairro Nova Estância.

Comunicação

Em Sapiranga e Ivoti o enfoque é no alerta aos moradores sobre a importância de vacinar. Ambas prefeituras ressaltaram o trabalho de divulgação feito em seus respectivos canais oficiais, como site e redes sociais. Já Dois Irmãos ressaltou, por meio de sua assessoria de imprensa, que oferece "oportunidades e horários de vacinação", inclusive aos sábados.

A Secretaria de Saúde de Taquara destacou que está entrando em contato com quem ainda tem vacinas atrasadas sobre a necessidade de se vacinar. Esse lembrete é feito até mesmo por WhatsApp e informa os locais e horários onde há vacinas disponíveis. Em Igrejinha, a Vigilância Sanitária também vai atrás dos esquecidos, agendando horários para que eles coloquem seus esquemas vacinais em dia.

Imunizações em atraso na região

Chance de morte é até 21 vezes maior em não vacinados

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) alerta para o risco que representa a pessoa não completar o esquema vacinal de duas doses e não realizar a dose de reforço em tempo oportuno. Essas pessoas correm um maior risco do desenvolvimento de casos graves e até morrer pela doença, conforme já apontou estudo da própria pasta, principalmente entre os idosos. Nesta faixa etária, a pessoa com dose de reforço teve até 21 vezes menos risco de óbito, em comparação com aquelas não vacinadas.

O professor da Universidade Feevale e virologista Fernando Spilki endossa o aviso, mas ainda acrescenta que os não vacinados também são um risco à sociedade.

"Essas pessoas podem causar o aumento da geração de novas variantes, que talvez nem fossem adiante ao encontrar o sistema imune que pessoas vacinadas têm", explica o professor, que ainda ressalta o manutenção da transmissão do vírus como consequência do esquema vacinal incompleto.

"Não vacinados e vacinados parcialmente tendem a transmitir o vírus por períodos mais longos e ainda sobrecarregam o sistema de saúde com internações evitáveis."

Visitas de porta em porta, ligações e descentralização

Em Parobé, a prefeitura informou que está ligando para quem ainda está com alguma dose atrasada. Outras ações, como a vacinação de porta em porta, também foram destacadas. Em Campo Bom, o prefeito Luciano Orsi ressaltou que as vacinas são ofertadas em todas as unidades de saúde da cidade. "A ideia de descentralizar é um desburocratizar. Estamos sempre divulgando como o cidadão pode garantir sua dose", resumiu. "Nosso objetivo é que todos completem o esquema vacinal. Vimos os resultados disso nessa nova fase de contaminação que gerou sintomas mais leves, graças à imunização."

Cronograma conforme o tipo de imunizante

Coronavac/Butantan (para pessoas com 18 anos ou mais)
Esquema primário de duas doses
Segunda dose: 28 dias (quatro semanas) após a primeira dose
Reforço: 4 meses após a segunda dose

AstraZeneca/Fiocruz (para pessoas com 18 anos ou mais)
Esquema primário de duas doses
Segunda dose: de 28 a 56 dias (4 a 8 semanas) após a primeira dose
Reforço: 4 meses após a segunda dose

Janssen (para pessoas com 18 anos ou mais)
Esquema primário de dose única
Reforço: 4 meses após a dose

Pfizer (para pessoas com 12 anos ou mais)
Esquema primário de duas doses
Segunda dose: de 21 a 84 dias (3 a 12 semanas) após a primeira dose
Reforço (somente para pessoas acima de 18 anos): 4 meses após a segunda dose

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