Com a expectativa de resgatar uma prática que iniciou com os indígenas, se disseminou entre os imigrantes e que quase se perdeu por causa da industrialização, o Araçá – Grupo de Consumo, com sede no Vale dos Sinos, promoveu neste fim de semana uma carijada.O encontro reuniu cerca de 50 pessoas na localidade do Quilombo, no bairro Lomba Grande, em Novo Hamburgo. Durante os dois dias de atividades, os participantes aprenderam o processo artesanal de produção da erva-mate, técnica que foi ensinada pelo biólogo Moises da Luz. Natural de Panambi, na região noroeste do Estado, Luz aprendeu o carijo com familiares e decidiu levar o conhecimento adiante. O carijo é uma estrutura tradicional utilizada para a secagem da erva-mate durante a sua produção artesanal. Além disso, é um momento de socialização e encontro de pessoas.
Luz garante que a erva-mate artesanal tem um sabor diferenciado. “A erva fica levemente defumada, conforme o clima e a lenha usada. Em geral é melhor sapecada do que a indústria”, compara. De acordo com o biólogo, a produção de erva-mate artesanal pode se tornar uma opção de renda para os produtores, com potencial de manejo agroflorestal na agricultura. Luz garante que com uma plantação pequena de árvores é possível garantir uma produção entre 100 e 300 quilos de erva. “Também valoriza e faz a gente se aproximar dos povos indígenas, da sua cultura e necessidades”, destaca.
Solange explica que a produção da carijada deste fim de semana será dividida em três partes. Uma para os produtores das árvores de erva-mate, outra para os participantes do encontro e uma terceira será comercializada na cesta que o Araçá comercializa para 150 clientes da região.Entenda como funciona o carijo, que é dividido em cinco etapas