Eduardo Leite (PSDB) anunciou nesta segunda-feira (28) sua saída do governo gaúcho em nome de uma possível candidatura à Presidência. O movimento não é inédito, mas uma raridade na história do Rio Grande do Sul. Desde a volta do voto direto para governador, há 40 anos, apenas Pedro Simon (MDB) havia tomado atitude semelhante.Diferentemente de Leite, porém, a pretensão de Simon não era o Palácio do Planalto, mas a retomada da cadeira no Senado. Eleito governador em 1986, o caxiense se afastou do governo em abril de 1990 para concorrer, sendo substituído no Piratini por Sinval Guazelli, ex-governador do período militar, que trocou de lado no fim do regime ditatorial.
Sempre fiel aos militares, ele apoiou o golpe de 1964, chegando a mudar a sede do poder de Porto Alegre para Passo Fundo, temendo que as forças leais a João Goulart o retirassem do cargo. Tamanha lealdade, contudo, foi insuficiente para livrá-lo das ordens dos fardados que ocupavam Brasília. Em setembro de 1966, os militares decidiram encurtar o mandato de Meneghetti e entregar o poder a Walter Peracchi Barcellos.