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O jovem Guilherme Mergener da Silveira, de 13 anos, do CTG Sangue Nativo, de Parobé, foi escolhido um dos representantes da cultura e do campeirismo gaúcho no 33º Entrevero Cultural de Peões, que se encerrou no sábado (23) em Palmeira das Missões. O concurso elegeu peão, guri e piá farroupilha do Estado. (Veja os vencedores abaixo).
A patroa do CTG Sangue Nativo de Parobé, Cinara Calvi da Silva, destacou a importância da conquista. "É importante para a 22ª RT pois é a primeira vez na historia de 33 anos do Entrevero que temos um represenTante estadual na gestão de peões do Rio Grande do Sul. Com as prendas já tivemos quatro representantes. É gratificante e nós estamos muito felizes e orgulhosos por toda a trajetória do Guilherme até aqui, porque ele é um muito honesto, respeitoso e dedicado, e acima de tudo, ele queria muito estar nesta gestão e dar essa felicidade para as pessoas que acompanharam essa trajetória", disse.
Na prova escrita, com 25 questões de conteúdos sobre história, tradição, tradicionalismos e folclore, Guilherme teve a nota mais alta do concurso. Os candidatos ainda passaram por uma prova artística, onde tiveram que dançar, cantar e declamar, uma prova oral, onde o tema foi brincadeiras e brinquedos, na qual Guilherme falou sobre o carrinho de lomba e a ligação dele com seus avós maternos, que o fizeram se apaixonar mais pela parte campeira.
Por último aconteceu a prova campeira, onde Guilherme realizou a prova do mate, em que trouxe toda a história do chimarrão e suas características, a encilha do cavalo e a prova da vaca parada, em que ele acertou as três armadas e gabaritou a prova.
Homenagem
No início da noite deste domingo, Guilherme foi homenageada no município em que mora pelos integrantes do CTG, amigos e familiares. Eles foi recepcionado com carreata e desfilou pelas ruas da cidade em um caminhão dos bombeiros. Veja fotos da homenagem:
O Entrevero foi criado no ano de 1988, com o título de “Concurso Troféu Farroupilha”, sendo realizado no ano seguinte, em suas três fases. Inicialmente foi realizado junto com o Concurso Estadual de Prendas, no ano de 1989. Em 1991, passou a ser realizado junto a Festa Campeira do Rio Grande do Sul (FECARS), mas, a partir de 1992 o evento ganhou local próprio para sua realização, a cidade do Peão Farroupilha. No ano de 1995 foi criada a categoria juvenil, denominada de “Guri Farroupilha” e, em 2012, a categoria mirim, o “Piá Farroupilha”.
Conheça todos os vencedores:
1° Peão Farroupilha - Eloir Wichinheski Junior, Grupo de Folclore Chaleira Preta, Ijuí, 9ª RT.
2° Peão Farroupilha - Matheus Henrique Cocenski, CTG Guardiões da Fronteira, Tenente Portela, 20ª RT.
3° Peão Farroupilha - Matheus dos Santos Sachett, CTG Sentinela da Querência, Santa Maria, 13ª RT.
Categoria Guri:
1° Guri Farroupilha - Djonatan Júlio Ubessi Streit, CTG Rancho dos Tropeiros, Ibirubá, 9ª RT.
2° Guri Farroupilha - Mateus Cruz Rodrigues, CTG Sentinela da Querência, Santa Maria, 13ª RT.
3° Guri Farroupilha - Leonardo Aloisio Andreolla, CTG Manoel Teixeira, Tapejara, 7ª RT.
Categoria Piá:
1º Piá Farroupilha - Guilherme Mergener da Silveira, CTG Sangue Nativo, Parobé, 22ª RT.
2º Piá Farroupilha - Gabriel Kothe Bartz, CTG Lanceiros de Santa Cruz, Santa Cruz do Sul, 5ª RT.
3º Piá Farroupilha - Gustavo Prietsch dos Santos, CCN Sentinela do Rio Grande , Rio Grande, 6ª RT.
Guilherme conversou com a reportagem do Jornal NH e falou sobre a competição, sua trajetória dentro do tradicionalismo e a felicidade de receber o crachá tão desejado.
O que significa esse título para você e qual o compromisso que vem com ele?
Guilherme: "Bom, antes de tudo, ele representa a realização de um sonho. Representa aquilo que sou, a minha herança e a minha história! Ele vem, como consequência de tudo que foi feito até aqui, das horas de estudos todos os dias, dos ensaios, da busca de conhecimento... tudo isso feito sempre com muito amor, dedicação, humildade, foco, determinação e com ele, vem uma sensação de dever cumprido, de que nada foi em vão, e se hoje estou neste cargo, foi por merecimento!
Ser um Piá Farroupilha, ao meu ver, é representar toda nossa juventude gaúcha, tanto como tradicionalista, quanto como pessoa, para manter sempre acesa a chama de nossa cultura, pois nós jovens somos o futuro de nosso Movimento Tradicionalista Gaúcho!"
Podes contar um pouco como foi a competição e da tua preparação?
Guilherme: "Nestes três dias de Entrevero, realizei na sexta-feira, assim como todos os piás que participaram, uma prova escrita, com 25 questões sobre geografia, história e tradição, tradicionalismo e folclore do Rio Grande do Sul; uma prova oral, onde explanei sobre minha pesquisa de campo e sobre um brinquedo específico, no qual foi o carrinho de lomba; uma prova artística, onde declamei e dancei uma dança tradicional gaúcha e uma de salão.No sábado, passei por provas campeiras, de encilhar um cavalete, como se fosse um cavalo, de cevar o mate e falar um pouco sobre sua história e tradição, e por último, a prova da vaca parada, onde cada concorrente largou 3 armadas.Minha relação com meus concorrentes foi como amigos, sem rivalidade. Fiz amizades com muitos!
Minha preparação para chegar até aqui, vem desde 2019, quando participei do concurso interno. Estava nos preparativos para o regional, quando surgiu a pandemia e parou tudo. Aí, em setembro de 2021, realizou-se o regional apenas em uma prova escrita com 50 questões, onde conquistei o cargo de 1° Piá Farroupilha da 22ª RT.A partir dali, sempre focado em abril de 2022, estudando sempre, e indo atrás de conhecimento, e neste final de semana, realizou-se este sonho!"
Qual a tua trajetória tradicionalista e o que faz gostar tanto?
Guilherme: "Minha vida tradicionalista iniciou aos meus 4 anos, ou seja, já faz quase uma década de tradicionalismo e me orgulho muito disso! Iniciei dançando na invernada iniciante, e hoje danço na invernada juvenil do CTG Sangue Nativo, minha entidade mãe!
Hoje o que eu mais gosto dentro do tradicionalismo é o cultural e a campeira, o cultural pelo motivo de abranger a artística e a campeira, e um universo de novas amizades, e tenho o gosto pela campeira por gostar de lidar com animais!"
