Ex-secretário de Canela teria pago criminoso para simular ataque à própria casa em Novo Hamburgo
Um dos homens que disse ter sido contratado para simular arrombamento na residência do biólogo prestou depoimento à Polícia Civil
Pode ter sido uma armação, o arrombamento na casa de Jackson Müller, ex-secretário de Meio Ambiente de Canela, preso pela segunda vez na manhã desta sexta-feira (1), em Novo Hamburgo. Em depoimento colhido por agentes da 3ª Delegacia de Polícia do bairro Canudos, o homem que invadiu a residência no início de março e foi flagrado por câmera oculta diz ter sido contratado pelo biólogo. O suspeito falou que recebeu R$ 15 mil para simular o furto. E que as armas (duas pistolas e uma cano longo) e HDs (discos de computadores), teriam sido jogados no Rio dos Sinos no mesmo dia. O criminoso decidiu confessar a participação na suposta fraude depois que viu as imagens.
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Conforme o delegado, o depoimento do suposto arrombador disse que foi orientado a não levar os drones e a revirar toda a casa. "Suspeitamos, porque ficaram na casa objetos de muito valor", acrescentou o delegado. Ele disse ainda que, no depoimento, o homem falou que teria sido chamado por Jackson sob pretexto que o biólogo queria dar um golpe no seguro, por isso a simulação. Teriam sido dois encontros, um para acertar a simulação e outro para a entrega do controle remoto. "(o Jackson) Disse que iria sair às 9 horas e voltar ao meio-dia, horário para o cara entrar na casa."
Na época do suposto crime, Quintão lembra que orientou o biólogo a registrar boletim de ocorrência sobre o furto do controle remoto que estaria no carro da esposa, o que nunca foi feito. O depoimento foi encaminhado para o delegado de Canela para continuação no inquérito que corre por lá. O procedimento em Novo Hamburgo é outro. "Vamos concluir, indiciando o Jackson por estelionato e falsa comunicação de crime", concluiu Quintão.