Publicidade
Notícias | Região DESACATO

Veja confusão em que dois policiais civis são presos pela Brigada Militar

Imagens mostram casal de comissários do Vale do Sinos, embriagados e armados, em ofensas e ameaças contra PMs após desavença em bar da capital

Por Silvio Milani
Publicado em: 05.07.2022 às 21:41 Última atualização: 06.07.2022 às 07:36

O casal de comissários Mário André Herbst Garcia e Suzy Andrea da Silva Garcia, do serviço de inteligência da Polícia Civil do Vale do Sinos, foi algemado e preso após confusão em bar, na noite de sábado (2), no bairro Bom Fim, em Porto Alegre.

Um vídeo mostra a mulher já na rua, de arma em punho e visivelmente embriagada, xingando brigadianos em serviço e partindo para cima de um deles. Solto horas depois, o casal vai responder penalmente por desacato e administrativamente pela conduta.

Os agentes não foram localizados na tarde desta terça-feira (5) na 3ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (DPRM), sediada em São Leopoldo, e não deram retorno à reportagem.

Dois policiais civis são presos após confusão com Brigada Militar
Dois policiais civis são presos após confusão com Brigada Militar Foto: Reprodução/Youtube
Segundo a Brigada Militar, uma equipe foi atender chamado em bar na Avenida Osvaldo Aranha, por volta das 21 horas. A denúncia era de um casal bastante alcoolizado e armado em uma mesa. Os suspeitos logo se identificaram como policiais civis e mostraram as identidades, mas teriam agido com prepotência e desrespeito aos brigadianos.

Mário teria frisado que era comissário de Polícia, enquanto os policiais militares eram "soldadinhos de m…", entre outras ofensas, segundo os PMs.

Assista ao vídeo

As imagens contêm cenas fortes. Clique em "Assistir no YouTube" para ver o vídeo completo:

Pistola

Tanto no caminho do posto da BM quanto já no prédio, conforme os soldados, os comissários seguiram com os insultos. Exigiam a presença de um delegado e do oficial de dia. Os brigadianos relataram que chegaram a oferecer café, recusado por Mário. O casal levantou e foi para fora. Na Avenida José Bonifácio, ainda conforme relato da BM, Suzy pegou uma pistola de dentro da bolsa e pôs junto da perna, enquanto dizia que queria ir embora. A comissária teria dito ainda que os PMs não poderiam mandar, pois estariam "abaixo" dela.

“Eu pego minha arma quando eu quiser”, diz a agente, com palavrões

O momento de maior tensão e risco, conforme vídeo, é quando Suzy, aos gritos, passa a mover a pistola de forma aleatória na direção dos PMs, que pedem calma. “Pra que esse nervosismo? A gente não precisa disso. A gente é tudo polícia”, diz um deles. E insiste: “Por que a senhora não guarda essa arma?.” A comissária segue enfurecida: “Vai te f... Eu pego minha arma quando eu quiser. Eu sou comissária de polícia!” Em meio a outros insultos, alguns inaudíveis em razão da embriaguez, ela questiona um soldado se “está filmando” e parte para cima dele. Ela derruba o celular do brigadiano com um tapa e, então, passa a ser imobilizada enquanto se debate no chão.

Ao perceber a situação extrema, o marido tenta intervir: “Parou Suzy.” A mulher segue falando: “Ele tá filmando.” Mário se aproxima da esposa, já algemada, entra em discussão com outro PM e avisa: “Não puxa minha arma.” Também é levado ao chão e algemado: “Vocês tão maluco?”, questiona Mário. Um soldado responde: “Somos ‘todos polícia’. A diferença é que a gente tá no exercício do dever. O senhor tá podre de bêbado e alterado.” Suzy grita ao lado: “Vocês vão se f...”

“Não há previsão de afastamento”, diz delegado regional

Segundo o diretor da 3ª DPRM, delegado Eduardo Hartz, o casal de comissários segue trabalhando no Serviço de Inteligência Policial e Análise Criminal (Sipac) do órgão regional, que abrange 16 cidades dos vales do Sinos e Paranhana. “Por enquanto, não há previsão de afastamento. Há as apurações. Não foi nenhum fato relacionado ao serviço, não estavam trabalhando, mas claro que a repercussão é ruim.”

Hartz explica que a ocorrência gerou um registro por desacato, que deverá tramitar na 17ª DP da capital, e outro de cunho administrativo. “Quanto a esse procedimento interno, ainda não foi decidido se será conduzido pela Corregedoria ou por mim aqui na regional.” O delegado reconhece a gravidade de dois policiais antigos sendo algemados, mas observa: “Não vou fazer juízo de valor.” O casal recebeu as armas de volta e foi solto na noite do fato.

Gostou desta matéria? Compartilhe!
Encontrou erro? Avise a redação.
Publicidade
Matérias relacionadas
Botão de Assistente virtual