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Notícias | Região SERRA GAÚCHA

Mais 18 pessoas são indiciadas pela Polícia em inquérito da 8ª e 9ª fase da Cáritas

São servidores públicos, empresários e suspeitos de fora do Estado. Eles são investigados por crimes de corrupções em parte do poder público da cidade

Por Fernanda Fauth
Publicado em: 08.07.2022 às 18:44 Última atualização: 09.07.2022 às 11:03

Dezoito pessoas foram indiciadas nesta sexta-feira (8) pela Polícia Civil de Canela. São servidores públicos, empresários e suspeitos de fora do Estado. Eles são investigados por crimes de corrupções em parte do poder público da cidade da Serra gaúcha. A ação faz parte das investigações relativas às oitava e nona fases da Operação Cáritas.

Agentes da Polícia Civil cumpriram novos mandados na prefeitura de Canela, na Serra
Agentes da Polícia Civil cumpriram novos mandados na prefeitura de Canela, na Serra Foto: Fernanda Fauth/GES-Especial
"Nem todos são canelenses, alguns dos indiciados são de fora da cidade", afirma o delegado titular de Canela, Vladimir Medeiros. Na última sexta-feira (1º), o ex-secretário de Meio Ambiente, Jackson Müller, que já havia sido preso na fase anterior, no dia 19 de maio, foi detido novamente. Ele está no Presídio Estadual de Canela, após a Polícia apurar que ele teria forjado fatos e intimidado pessoas durante as investigações.

O inquérito policial, que possui mais de duas mil páginas, concentrou as investigações na Secretaria do Meio Ambiente de Canela, com apuração de vínculos existentes entre servidores do alto escalão da pasta com diversas empresas privadas com atuação na área ambiental.

"O que eu posso referir é que se trata de uma investigação extremamente complexa, com elementos muito sólidos à de fato práticas criminadas que foram apontadas pela Polícia Civil, provas sólidas, tanto que tivemos no curso da investigação prisões, quase 200 medidas judiciais autorizadas e cumpridas. É um inquérito robusto, para comprovar as práticas criminosas", diz o delegado.

Alguns dos investigados, de acordo com o Medeiros, foram indiciados mais de uma vez por diversos crimes, totalizando, assim 100 indiciamentos. "Alguns dos principais investigados chegaram a ser indiciados por 12, 13 crimes", afirma Vladimir. Ele não cita nomes e não se refere ao ex-secretário. Dentre os crimes apontados pela Polícia, estão as práticas de falsidade ideológica, uso de documento falso, peculato, concussão, corrupção passiva, corrupção ativa, prevaricação, advocacia administrativa, violação de sigilo funcional, tráfico de influência, crimes em licitações e contratos administrativos e crimes ambientais, entre outros.

A Polícia Civil de Canela apurou também que algumas das empresas citadas na investigação são ligadas a alguns dos servidores ou mesmo a eles pertencem, podendo ter sociedade oculta ou sendo "laranjas".

Sobre a 8ª e 9ª fases da Cáritas

No dia 19 de maio deste ano, na 8ª fase das investigações, a Polícia Civil de Canela cumpriu, simultaneamente, 180 medidas judiciais, incluindo-se prisão preventiva, medidas cautelares diversas da prisão, afastamentos cautelares de servidores públicos, mandados de busca e apreensão, quebras de sigilo, apreensão de veículos e restrição de venda a imóvel. Ao todo, 130 policiais civis participaram da operação policial, que foi realizada em 15 cidades do Rio Grande do Sul, além de Florianópolis (SC) e Goiânia (GO).

No inquérito policial foram apreendidos ainda valores em conta corrente, automóveis e há a restrição a um imóvel dos investigados. Os valores dos bens somados ultrapassam R$ 3 milhões e, segundo a Polícia Civil, foram apreendidos para viabilizar futuro ressarcimento aos cofres públicos em eventual condenação dos investigados.

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