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Notícias | Região VIOLÊNCIA

Feminicídio de hamburguense em salão de beleza causa comoção e revolta em Igrejinha

Vítima tinha dois filhos do casamento de 26 anos com o suspeito, que não aceitava a separação; ele foi atropelado um dia depois do crime

Por Silvio Milani
Publicado em: 24.07.2022 às 22:23 Última atualização: 25.07.2022 às 12:17

Desde que decidiu se separar, há quatro meses, a auxiliar de creche Maria Josiane Barcelos Vasen, 43 anos, vinha sendo atormentada pelo ex-marido, o representante comercial Gilmar Vasen, 47. Ele não aceitava o fim da relação. Na manhã de sábado (23), ele foi ao salão de beleza onde Josi era atendida por manicure e a matou com seis facadas. O feminicídio, no bairro 15 de Novembro, em Igrejinha, provocou comoção e revolta. Familiares e amigos deixaram flores na frente do prédio onde o crime aconteceu.

Josi viu quando o ex-marido chegava ao salão, na Rua Ildo Meneghetti, por volta das 9 horas, e correu ao banheiro para se proteger. O homem conseguiu empurrar a porta da peça e deu seis estocadas na vítima. Colocou a faca no bolso e saiu. Com perfurações no abdômen e tórax, Josi foi socorrida ao Hospital de Pronto Socorro de Canoas. Perdeu muito sangue. Morreu no início da madrugada deste domingo (24).

Atropelado em Novo Hamburgo
O carro de Gilmar, um Palio vermelho, foi localizado perto do meio-dia de sábado no Centro de Três Coroas. Segundo a Brigada Militar, estava abandonado na Rua Tristão Monteiro. Por volta das 15 horas deste domingo, o procurado foi atropelado na BR-116, na altura do bairro Primavera, em Novo Hamburgo. Conforme testemunhas, ele teria se jogado na frente de um caminhão. Até o fim da noite, permanecia no Hospital Municipal. Desde a separação, fazia chantagem emocional com Josi pelo celular, dizendo que ia se matar, e ia à casa dos pais dela, idosos, para fazê-los convencer a filha a reatar o casamento.

"Estamos desolados, é difícil acreditar" 
Natural de Novo Hamburgo, Josi já teve comércio de vestuário em Igrejinha e era considerada funcionária dedicada em escola de educação infantil da cidade do Paranhana. Os dois filhos – uma adolescente de 17 anos e um rapaz de 19 – moravam com ela. "Eram muito apegados. Estamos desolados", conta uma amiga, a cabeleireira Rosane Kersting.

Até a noite de sábado, a família aguardava liberação do corpo no Instituto Médico-Legal. "É muito triste. Difícil acreditar. Depois da separação, ela procurava a gente para tomar chimarrão. Saímos uma vez a uma pizzaria", conta Rosane.

Filho quer justiça
Revoltado com a perda trágica e ainda sem saber do atropelamento, o filho mais velho aguardava a captura do autor. "É o pai dele, mas quer justiça", comentou um parente. Gilmar é de São Francisco de Paula.

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