Gaúchos da Região Metropolitana contam diferenças e experiências de fora do Brasil
Oito ex-moradores da região falam sobre os desafios da adaptação e as alegrias na nova terra adotada
É cada vez mais comum conhecer alguém que foi morar no exterior, seja por transferência de trabalho, estudos ou por escolha própria e vontade de recomeçar. De acordo com dados do Ministério das Relações Exteriores, ocorreu um crescimento, entre 2018 e 2020, de 16% no número de brasileiros indo morar fora do Brasil.
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O sapiranguense e treinador de tênis Mauricio Henn, 26, se mudou para Portugal com a esposa há quase quatro anos. Henn saiu do Brasil para estudar e acrescenta que a vivência tem sido uma escola. "Algo que me chamou atenção aqui é que os europeus são mais 'frios' que nós brasileiros, não é a toa que muitos dizem 'o Brasil é um país onde todos estão alegres sempre'."
A engenheira Luana Kehl, 27, deixou Ivoti para um intercâmbio de au pair na Alemanha e diz que os nove meses longe têm sido uma experiência desafiadora, mas fantástica, com boa adaptação. Como o intercâmbio de Luana tem duração de um ano, ela vai buscar vagas de serviço voluntário para permanecer no país. "Não penso mais em voltar para o Brasil, não descarto mudar de ideia, mas hoje eu digo: de jeito nenhum."
Para a hamburguense Monique Saltiel Petró, 27, as diferenças culturais são muitas. Ela escolheu San Diego, na Califórnia, para chamar de novo lar e diz que, sem dúvidas, o povo brasileiro é mais caloroso. "Gostamos de contato físico e de estar perto uns dos outros. Porém, no dia a dia, a educação do americano é algo surpreendente, o povo é muito correto e bem educado", salienta.
Choque cultural
Para Lucas Konrath Eccel, 22, o maior choque cultural que sentiu foi com o inglês. Lucas deixou Novo Hamburgo aos 14 anos e foi morar com o pai em Christchurch, na Nova Zelândia. "Meu pai já morava aqui, o que ajudou na minha mudança, mas mesmo assim no começo não foi fácil. São muitas diferenças, incluindo o clima e hábitos simples de viver", conta Lucas.
A profissional de comunicação Letícia Baum, 25, morava em Sapiranga e mudou-se para Vancouver. Para ela, o Brasil não tem nada semelhante com o Canadá, começando pelo clima. "No inverno aqui na província não faz tanto frio e não tem tanta neve, porém, chove todos os dias e quase nunca tem sol. O Rio Grande do Sul é frio no inverno, mas tem sol. E eu não sabia o quanto precisava de sol até vir para cá", conta.
A hamburguense Daniela Rosa, 42, se mudou para o Canadá com a família com visto para trabalho. "Estamos aqui desde 2017 e super nos adaptamos. Eu era formada em fisioterapia no Brasil e o diploma não era válido aqui, então cursei design de interiores, que era uma paixão antiga, e hoje é minha nova profissão."