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Notícias | Região APOIO IMPORTANTE

Serviços gratuitos dão suporte para as mulheres vítimas de violência

Espaços com atendimento especializado acolhem, protegem e orientam mulheres para romper o ciclo da violência doméstica

Por Joceline Silveira
Publicado em: 19.08.2022 às 06:30 Última atualização: 19.08.2022 às 10:47

A violência doméstica cometida contra mulheres é uma realidade em todo o País e o contexto de pandemia tornou o cenário ainda mais preocupante. Segundo pesquisa encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, uma em cada quatro mulheres foi vítima de algum tipo de violência durante a pandemia.

Ação alusiva aos Agosto Lilás
Ação alusiva aos Agosto Lilás Foto: Divulgação/Prefeitura de Campo Bom

Entretanto, tais números podem não retratar fielmente essa realidade, pois acredita-se que exista uma grande subnotificação de casos. Muitas vezes as ameaças, o medo, a vergonha e a desinformação sobre como denunciar acabam influenciando a vítima a demorar na procura por ajuda dos órgãos e serviços públicos destinados à sua proteção.

Criar mecanismos de denúncia e disponibilizar uma rede de proteção é umas funções dos Centros de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) que no mês de agosto estão provendo ações de conscientização dentro da Campanha Agosto Lilás, que faz alusão a criação da Lei Maria da Penha.

Educar para combater

Flores representam as vítimas de violência em Campo Bom
Flores representam as vítimas de violência em Campo Bom Foto: Divulgação/Prefeitura de Campo Bom
Em Campo Bom, o gramado da sede da prefeitura ganhou um jardim de 50 flores lilases. Cada flor representa uma mulher vítima de violência em atendimento no Creas do município. "É preciso conhecer para combater. Infelizmente os casos de violência doméstica ainda são recorrentes. Por isso, desenvolvemos uma programação que possa levar informações de combate a violência para as escolas, organizações sociais e serviços socioassistenciais", destacou o secretário de Desenvolvimento Social e Habitação, Gabriel Colissi.

Na região

Em um levantamento feito pela reportagem na região, Sapiranga teve a maior incidência de casos, com 95 atendimentos de mulheres vítimas de violência no mês de julho.

Em Novo Hamburgo foram 75 mulheres atendidas no Creas Viva Mulher. "Além de auxiliar no resgate das vítimas, buscamos contribuir em todo o processo de reabilitação pós-trauma, com acompanhamento psicológico e jurídico. São trabalhadas a reconstrução da cidadania, resgate da autoestima e reestruturação física e emocional", explica a explica a psicóloga e coordenadora do espaço, Elis Regina de Barros Evaldt.

Estância Velha teve 35 atendimentos do tipo e Parobé 30, mas em 2021, a equipe do Centro de Referência de Atendimento da Mulher (CRM) do município registrou mais de 80 acolhimentos presenciais, para encaminhamentos necessários. "Ainda foram cerca de 30 atendimentos remotos em lugares estratégicos e por contato telefônico, através do qual são prestadas informações e orientações às mulheres em situação de violência doméstica", informou a prefeitura.

Em Taquara foram sete registros no órgão em julho. Entretanto, em reunião recente com o delegado de Taquara, José Marcos Falcão de Melo, foi informado que os casos de violência doméstica no município geram em média 15 registros semanais. "Contudo, nem todas as vítimas que fazem os registros na DP acabam buscando suporte nos demais aparelhos sociais", informou em nota a prefeitura de Taquara.

Já em Dois Irmãos, de janeiro até agosto foram atendidas seis vítimas de violência e atualmente nenhuma segue em atendimento. Em Ivoti, o levantamento dos atendimentos dos últimos 12 meses no Centro de Referência da Mulher (CRM) aponta que 17 mulheres em situação atual ou com histórico pregresso de violência doméstica foram atendidas da rede. Destas, seis permanecem em acompanhamento.

Atendimento especializado

Buscando dar apoio jurídico a mulheres em situação de vulnerabilidade, o coletivo Nós, Seguras foi criado assim que a Covid-19 chegou ao Brasil e conta com 170 profissionais no País. Composta apenas por advogadas que dedicam seu tempo ao atendimento gratuito de mulheres em situação de vulnerabilidade social. Atualmente dez advogadas gaúchas trabalham voluntariamente na iniciativa.

Garantir o suporte necessário é um dos principais desafios para possibilitar que as mulheres rompam com o ciclo de violência. Natana Selistre, advogada de Campo Bom e integrante do coletivo, acredita que o momento em que a vítima procura a ajuda do Estado é decisivo.

"Muitas mulheres não denunciam porque não vão ter onde morar com seus filhos e dependem do agressor financeiramente. O Nós, Seguras levanta a bandeira pela emancipação das mulheres, para que se fortaleçam através da consciência dos seus direitos e tenham cada vez mais acesso à informação. Romper o ciclo da violência é papel do Estado, que deve olhar para as principais causas das mulheres não estarem denunciando e estarem vivendo em situação de violência", explica.

Contatos

Sapiranga

Interessadas em buscar ajuda e acolhimento podem entrar em contato através do telefone 3959-1052, pelo e-mail coordenadoriadamulher@sapiranga.rs.gov.br ou presencialmente na Avenida 20 de Setembro, 1695, bairro Oeste. Em caso de denúncias ou violência, há um telefone de plantão: 99599-9657.

Novo Hamburgo

A busca por atendimento no CREAS Viva Mulher pode ser feito através dos telefones 3097-9482 e 9959-05527. Neste primeiro contato será combinada a forma de atendimento.

Estância Velha

O Centro de Referência para Mulheres em Situação de Violência atende pelo telefone 3561-8584.

Parobé

O Centro de Referência Da Mulher fica junto à Secretaria de Assistência Social, na Rua Vera Cruz nº 701, Centro de Parobé. Telefones para contato: 3543-8660 e 99188-3486 (nesse número de celular são aceitas ligações a cobrar).

Campo Bom

O atendimento acontece na Rua Rui Barbosa, 197. O telefone do espaço é o 3597-1248.

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