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Notícias | Região CONTRA CORTES

Prefeitos da região podem ir à Justiça por recursos da saúde

Em reunião, representantes de municípios da região metropolitana voltaram a cobrar mudanças no programa Assistir

Por Matheus Chaparini
Publicado em: 23.08.2022 às 05:00 Última atualização: 23.08.2022 às 07:53

Um grupo de representantes de dez prefeituras da região metropolitana foram nesta segunda-feira (22) a Porto Alegre pedir ao governo do Estado a suspensão do Programa Assistir. O objetivo do encontro era buscar soluções para as perdas de recursos na saúde destes municípios em função da entrada em vigor do programa, no início de julho.

Reunião ocorreu na tarde desta segunda-feira
Reunião ocorreu na tarde desta segunda-feira Foto: Granpal/DIVULGAÇÃO

O grupo, que pedia a suspensão do programa, foi recebido pelo secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos, e pela secretária estadual de Saúde, Arita Bergmann. Após o encontro, os prefeitos deixaram o Palácio Piratini sem uma resposta positiva.

"A gente sai frustrado porque no nosso entendimento era o momento de o governo dar um passo atrás, escutar uma entidade como a Granpal, que, em 19 municípios, representa 3,7 milhões de pessoas, quase um terço da população do Estado e 37% do PIB", afirma o presidente da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre (Granpal) e prefeito de Nova Santa Rita, Rodrigo Battistella

Sem avanço, a Granpal avalia ingressar na Justiça pedindo a suspensão do programa. A possibilidade de uma ação coletiva das prefeituras contra o Estado será votada na próxima assembleia geral ordinária da entidade, prevista para 1º setembro, na Expointer.

Críticas

O Assistir é alvo de críticas dos prefeitos da Grande Porto Alegre desde seu anúncio. A Granpal estima uma perda de R$ 100 milhões ao ano para os hospitais da Região Metropolitana. No caso de Novo Hamburgo, a redução prevista inicialmente era de R$ 21 milhões.

Batistella destaca que com os novos critérios de distribuição de recursos, a situação da rede de atendimento em saúde, que já enfrenta dificuldades, pode piorar. A reportagem procurou a Secretaria Estadual da Saúde, mas não obteve posicionamento sobre o encontro até o fechamento desta matéria.

Repasses

Na reunião, foi pedido ao Estado a liberação dos recursos do programa, que não estão sendo repassados, em função do período eleitoral.

De acordo com Batistella, a Procuradoria Geral do Estado (PGE) informou que consultou o Tribunal de Contas (TCE) sobre a legalidade do ato e aguarda um posicionamento sobre o assunto.

Referências em discussão

No encontro foi tratada a demanda em relação às referências em especialidade na saúde. Em junho, uma resolução da Comissão Intergestores Bipartite promoveu mudanças em todo o Estado. Os prefeitos afirmam que as mudanças geraram confusão no atendimento. No encontro de ontem, ficou acertada a criação de um grupo de trabalho para colher as sugestões e apontamentos dos municípios.

Dois adiamentos

Apresentado em agosto do ano passado, o programa Assistir entrou em vigor em julho deste ano. O anúncio gerou mobilização dos prefeitos. Ao longo das negociações, o programa teve critérios alterados e dois adiamentos. Inicialmente, o programa começaria a ser implementado em setembro de 2021, chegando à totalidade em junho de 2022. Com as alterações, o programa deve ser implementado totalmente em dois anos.

O Piratini justifica que o Assistir traz critérios mais transparentes na distribuição das verbas, equilibrando a aplicação de recursos com a quantidade de serviços prestados.

Dos 218 hospitais que recebem verbas estaduais, 56 passaram a receber menos recursos com o programa.

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