Operação ataca chefes de facções que estão guerra em Porto Alegre
Senhores do Crime cumpriu 23 ordens judiciais de busca e apreensão e 32 mandados de prisão temporária na região metropolitana
A Operação Senhores do Tráfico atacou, na manhã desta quinta-feira (8), chefes de facções em guerra na área central da capital gaúcha. A primeira fase da ação ocorreu em Canoas, Gravataí, Porto Alegre, Charqueadas e Guaíba.
A investigação da Polícia Civil, iniciada em abril, cumpriu 23 ordens judiciais de busca e apreensão e 32 mandados de prisão temporária. Destas, cinco foram no interior da Penitenciária Estadual de Charqueadas, sendo que 15 pessoas já estavam presas.
Em conversas de WhatsApp interceptadas pela Polícia, criminosos envolvidos no conflito negociavam a divisão de territórios.
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Paulão foi condenado em 2017 a 28 anos de prisão por homicídio e, em fevereiro deste ano, recebeu uma tornozeleira eletrônica. A prisão domiciliar havia sido concedida por um período de 90 dias. Ele cumpre pena pelo homicídio de Maicon Gilberto Silva da Silva, o Nego Tico, que aconteceu em julho de 2008 na capital.
A Polícia Civil não divulgou os demais nomes e os locais das prisões desta quinta-feira.
Disputa entre traficantes
As ações, segundo a Polícia Civil, foram feitas a partir de crimes relacionados à disputa traficantes rivais. A investigação, de acordo com o delegado Guilherme Dill, comprovou que a série de homicídios do primeiro semestre deste ano, em Porto Alegre, principalmente no bairro Santa Tereza, poderia ter sido evitada caso os comandos tivessem concordado na divisão de áreas para tráfico de drogas.
Foi apurado, ainda, que a cúpula das facções mantinha constante negociação, intermediando inclusive a compra de armas e drogas entre si e fazendo acordos de paz em comunidades de Porto Alegre. "Essas disputas não têm apenas um ou outro fator determinante. É uma situação complexa", revela o delegado.
Negociação por território
De acordo com a investigação, pelo menos cinco mortes poderiam ter sido evitadas se os patrões do tráfico não tivessem autorizado ou determinado a execução nos bairros Santana, Lomba do Pinheiro e Santa Tereza.
A Polícia Civil estima que o número de assassinatos seja maior, tendo em vista a sequência de mortes na capital no final de 2021 e no primeiro semestre de 2022. "Quem comete o homicídio sem a autorização, também é executado", aponta.
Armas
Operação
A operação ocorreu por meio da 1ª Delegacia de Investigação do Narcotráfico (1ª DIN), do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), com o apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil e da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).