Uergs deve concluir saída de Montenegro em 2026
Em 2023, novos alunos dos cursos de Artes Visuais, Dança, Música e Teatro terão aula em Porto Alegre
A partir de 2023, o ingresso de novos alunos nos cursos de Artes Visuais, Dança, Música e Teatro da Universidade do Estado do Rio Grande do Sul (Uergs) será em Porto Alegre e não mais em Montenegro. A informação de que o núcleo da instituição instalado junto à Fundarte, divulgada na semana passada por alunos e professores, foi confirmada em nota oficial pela entidade.
Segundo o reitor Leonardo Alvim Beroldt da Silva, a decisão foi aprovada pelo Conselho Superior da Uergs (Consun) em razão das "dificuldades enfrentadas pela universidade para manter a oferta desses cursos na Unidade em Montenegro". Somente as turmas já em andamento permanecerão no Vale do Caí.
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Em Novo Hamburgo, o campus que funcionava junto à Fundação Liberato deixou de receber novos estudantes a partir de 2013 e, em 2019, encerrou suas atividades. Conforme a assessoria de imprensa da Uergs, não há previsão de incorporação de outras unidades em Porto Alegre.
De acordo com Silva, os professores dos cursos de artes continuarão atuando em Montenegro até que todos os alunos concluam a graduação. "Até a formatura da última turma de Montenegro também estão previstas atividades de integração nos projetos acadêmicos e convivência com os novos estudantes em Porto Alegre", comenta.
Conforme Silva, não foram apenas as dificuldades de manutenção da unidade em Montenegro que motivaram a transferência para a capital, mas a possibilidade de crescimento dos cursos de Artes. Por meio de um convênio firmado com a Secretaria Estadual de Cultura (Sedac), formou-se um acordo inédito de colaboração.
Assim, a Casa de Cultura Mário Quintana, o Teatro de Arena, o Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs) e o Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (Macrs) deverão ser parceiros da Uergs. "Em vinte anos de trabalho esta é a primeira vez que temos um respiro, um horizonte, um esperançar de cumprir com nosso compromisso de formação de professores de arte", salienta o reitor.
Serão ofertadas vagas públicas para os alunos da Uergs, com a possibilidade de criação de novos cursos de especialização e de pós-graduação.
Gastos e falta de transporte
Levantamento da Uergs indicou que as vagas ociosas e evadidas entre 2018 e 2019 oscilavam entre 48% a 76%, a depender do curso. Já neste ano, a inviabilidade de permanência dos cursos da Uergs em Montenegro foi acentuada com retirada do transporte público noturno.
Por fim, Silva pontua o uso do espaço na Fundarte que conforme a reitoria, além de insuficiente, custa aos cofres da Uergs entre R$ 500 mil e R$ 600 mil por ano, o que já foi motivo de apontamentos pela Contadoria e Auditoria-Geral do Estado (Cage).
A universidade foi instalada junto à Fundarte em 2002 e, desde então, partilhava várias instalações com a fundação.
A prefeitura de Montenegro chegou a ofertar uma área para que a universidade se instalasse em sede própria, mas a Uergs informou que não tinha recursos para obras. Desde 2017, lideranças do município ligadas à educação e ao ensino de artes buscavam mobilizar a cidade em prol da permanência da Uergs.