Motoboy é morto com mais de 30 tiros de pistola em Canoas
Esta é a quinta morte de entregador na região compreendida entre Canoas, Esteio e Sapucaia do Sul, no último ano, segundo a Polícia
Um motoboy foi morto a tiros na noite de segunda-feira (14), em Canoas. O crime aconteceu na Rua Encantado, no bairro Mathias Velho. Foi a quinta morte de motoboy na região compreendida entre Canoas, Esteio e Sapucaia do Sul no último ano, segundo a Polícia. O crime aconteceu por volta de 20h15. Policiais militares chegaram ao local após serem avisados de disparos de arma de fogo. Encontraram um homem caído junto a uma motocicleta Honda CG 125. Os PMs notaram haver vários ferimentos na cabeça da vítima.
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O caso é apurado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Canoas. A apuração parte da hipótese de uma execução. Aproximadamente 30 disparos de pistola foram contabilizados preliminarmente por técnicos do Instituto Geral de Perícias (IGP). A maioria dos tiros foi no rosto, segundo o delegado Robertho Peternelli, que conduz a investigação.
Delivery de drogas
A Polícia suspeita que a vítima estivesse integrada a um esquema de tele-entrega de drogas e que tenha sido 'eliminada'. "Pelo histórico criminal da vítima, é possível imaginar que estivesse envolvido com alguma facção", explica o delegado. "Não dá para ter certeza ainda que foi morto devido ao tráfico, mas o uso de motoboys entregando drogas é algo que se tornou comum em algumas regiões dominadas pelo tráfico."
A 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (DPRM) já organizou meia dúzia de ações pontuais visando a eliminar esquemas montados de tele-entrega de drogas. A última ocorreu em julho, quando a veio à tona um esquema milionário montado por uma facção com ligações entre Canoas e Esteio. "O esquema incluiu a aquisição de máquinas de cartão de crédito, para facilitar o pagamento dos usuários, além do recrutamento motoboys", lembra o delegado Mario Souza.
Caso Igor permanece sem solução
Um caso que segue desafiando a Polícia Civil em Canoas é o do entregador Igor Maciel, 22 anos, que desapareceu misteriosamente após uma entrega no bairro Rio Branco no dia 20 de janeiro deste ano. A motocicleta usada por ele foi encontrada carbonizada em Guaíba dias depois do desaparecimento. A polícia acredita que esteja morto. Porém, o corpo nunca foi encontrado. "O caso permanece aberto e continuamos procurando o Igor", garante Peternelli.
Mortes não têm relação
Já sobre as mortes de motoboys que aconteceram no último ano, o delegado disse não ser possível fazer uma relação. Isso porque não é possível cravar que os cinco motoboys assassinados estavam relacionados com criminosos e acabaram sendo eliminados pela concorrência.
"Às vezes, o cara pode estar trabalhando como motoboy, mas acabou morto por uma desavença sem relação nenhuma com brigas entre facções rivais. Então, vejo mais como uma coincidência as mortes que algo como concreto que estão eliminados quem faz as entregas em área X ou Y", explica.
Pandemia alimentou "serviço de entrega"
Na avaliação da polícia, a entrega de drogas e entorpecentes a domicílio existe há anos. Porém, acabou potencializada durante o isolamento social imposto pela Covid-19. A pandemia fez com que a busca por drogas em pontos fosse substituída pelo contato no telefone celular, via WhatsApp.
Quem puder colaborar com a Polícia, pode denunciar pelo (51)3474-1300 ou pelo WhatsApp (51) 98600-3810.
Um colombiano queimado vivo em Esteio
O caso mais impressionante de um motoboy morto aconteceu em Esteio no início do ano. Morador de Canoas, Yeferson Ladino Trejos, 27 anos, era colombiano e estava trabalhando fazendo entregas em Sapucaia do Sul quando sumiu misteriosamente. Foi encontrado carbonizado em uma área descampada às margens da BR-448. O corpo estava ao lado da motocicleta CG Fan 160. A perícia concluiu que ele teria sido queimado vivo.