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Notícias | Região SOLIDARIEDADE

Aplicativo desenvolvido por estudantes aproxima ONGs de pessoas que querem fazer o bem

Iniciativa funciona como um elo entre voluntários e entidades; projeto conta com integrantes de Gramado e Sapiranga

Por Fernanda Fauth
Publicado em: 26.11.2022 às 10:57

As pessoas estão cada vez mais conectadas na internet. Seja com um celular ou computador, inúmeras são as formas de marcar presença no universo digital. Estudos do início deste ano, realizados pelo Data Reportal - Global Review Report, mostram que, no mundo, há quase 5 bilhões de usuários on-line, o que equivale a 63% da população mundial.

As consequências dessa presença se mostram em outras vertentes, entre elas, a da solidariedade. O voluntariado está se tornando cada vez mais digital.

É o caso de um grupo de quatro estudantes da PUCRS, em Porto Alegre. Lucca Molon, de Gramado, Eduarda Klippel, de Sapiranga, e Matheus Homrich e Santiago Gonzaga, da capital, desenvolveram um projeto há pouco mais de seis meses em um estágio da faculdade, na Apple Developer Academy, que aliou estes dois mundos: o de fazer o bem ao próximo, sem perder a facilidade de programas de celular.

Jovens desenvolveram programa durante estágio
Jovens desenvolveram programa durante estágio Foto: Divulgação
O programa

O estágio não obrigatório na empresa internacional, localizada na Tecnopuc, tem duração de dois anos. Durante este período, os alunos são ensinados, têm palestras e realizam atividades de desenvolvimento para o iOS, software próprio de produtos da Apple. No último semestre, entretanto, eles precisavam desenvolver um produto. O projeto, inclusive, mesmo após o encerramento de contrato, permanece com o grupo.

A equipe foi montada e temas para o aplicativo começaram a ser pensados. O nicho de voluntariado foi uma ideia que partiu de Santiago. Ele é neto de Diza Gonzaga, idealizadora da Fundação Thiago Gonzaga. "Mesmo sendo uma ONG referência em todo o Estado, é uma entidade que tem dificuldade em captar recursos", conta Lucca, gramadense que mora na capital desde que começou a estudar Ciências da Computação na universidade, em 2018.


Caravela

Assim nasceu a ideia do aplicativo. Mas ainda faltava um nome. Em um quadro, mais de 50 ideias foram colocadas. A escolhida? Caravela. "A referência é o animal caravela-portuguesa. Porque todos os indivíduos trabalham juntos em função da sobrevivência do organismo como um todo", revela Lucca.

Para eles, a identidade precisava contar uma história. "Queríamos algo com uma explicação, que fizesse sentido realmente com a nossa proposta e com os objetivos do app", afirma o jovem.

Como ajudar

A única maneira atual de doar financeiramente pelo aplicativo é através de PIX, diretamente para os dados de cada instituição. Para a próxima versão, cartão de crédito deve ser incluído como forma de pagamento.

Mais de 100 downloads já foram realizados. Além de ajudar com recursos, o público também pode ser solidário com mão de obra, roupas, fraldas ou outros produtos. Cada ONG atualiza a sua necessidade mais importante e o que precisa dentro do seu cadastro. Ações específicas, como para o Natal, também ocorrerão.

Cadastro das ONGs

Para a ONG se cadastrar, deve entrar no site caravela.app. Os dados são analisados pela equipe de estudantes, para verificar a veracidade, e, após, ela já está disponível no aplicativo.

Quando o usuário entra, encontra uma tela em formato de lista. Em breve, participantes poderão compartilhar as informações diretamente em redes sociais e terão uma conta única na plataforma.Atualmente, 11 ONGs estão cadastradas. Entidades de qualquer lugar do mundo podem participar.

Programa disponível para download

O aplicativo não tem custo, tanto para as ONGs, quanto para os usuários. No momento, entretanto, apenas pessoas que possuam aparelhos da Apple podem baixar o app. Isso se deve à limitação do desenvolvimento, visto que o programa foi pensado no estágio da empresa.

A primeira versão foi lançada há três meses. Melhorias permanecem sendo feitas e o app para Android já está sendo construído. "Nada é cobrado, até porque não seria justo ficar com uma porcentagem de entidades que tanto precisam. Nosso grupo, contudo, está no aplicativo, se alguém quiser ajudar a manter", diz Lucca Molon.

"Precisamos estar conectados nesse mundo virtual"

A Fundação Thiago Gonzaga existe desde 1996 e é conhecida pelo projeto Vida Urgente. Ela foi uma das primeiras a se cadastrar no aplicativo. Para Diza Gonzaga, quanto mais recursos disponíveis para entidades, maior será o alcance das ações sociais. "É muito bom saber que existe esse interesse de jovens estudantes em estarem se preocupando com as ONGs. Um aplicativo para ajudar as pessoas a se conectarem é muito importante. O Caravela vem ao encontro disso", justifica a fundadora da organização.

Segundo Diza, conseguir recursos ou voluntários para as ações da fundação através do app traz apenas benefícios. "O trabalho social com o trânsito é complicado de engajar, mas é a principal causa de morte de jovens. Então, essa é mais uma porta, um canal. Precisamos hoje estar conectados nesse mundo virtual, não podemos mais mandar cartinha como há dez anos", brinca.

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