Casos de Covid aumentam e alta em internações e nas UTIs preocupa no Vale do Sinos
Situação se reflete País afora e reforça necessidade de vacina em dia. Especialista recomenda ainda o uso de máscara em locais fechados
Nas últimas semanas, a Região 07 do Sistema 3As de Monitoramento Covid, liderada por Novo Hamburgo, tem registrado aumento de casos de Covid-19. Conforme levantamento divulgado neste final de semana pelo virologista e pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão da Universidade Feevale, Fernando Spilki, os números apontam que as novas infecções seguem um ritmo de crescimento, com quase o dobro de novos casos confirmados na semana de 25 de novembro em comparação ao balanço realizado na semana anterior.
"Desde agosto não tínhamos tantos casos notificados na R07 (Vale do Sinos). Voltaram internações e há casos confirmados em UTI, mesmo quadro que se repete em todo o Brasil", afirmou o especialista. O número, no entanto, pode ser bem maior, segundo o especialista. "Nunca tivemos uma qualidade tão ruim de dados em termos de número de casos registrados. Testa-se e registra-se muito pouco. Além disso, com a possibilidade de autoteste, para evitar burocracias, vários acabam não registrando", aponta Spilki.
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"Estamos observando esse processo desde o iníco da segunda quinzena de novembro, mas com um ritmo maior agora. Estamos vivenciando possivelmente uma nova onda, mas felizmente ainda não se compara ao que o Brasil já passou", diz o virologista, que é coordenador da Rede Corona-Ômica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), que monitora e sequencia o genoma do vírus circulante no País. "Também não é possível afirmar que a subvariante BQ 1 é a causadora da alta atual. É preciso fazer mais sequenciamentos genéticos dos vírus que circulam na população", diz o virologista.
Na avaliação de Spilki, um conjunto de fatores colaboraram para o cenário atual, como a presença de variantes com alta transmissibilidade, o relaxamento de medidas preventivas e a redução da imunidade contra a Covid-19 meses após a vacinação. Mas com a vacinação avançada, casos não têm mesma gravidade de ondas anteriores.
Spilki alerta para as aglomerações de final de ano. "É preciso tomar as doses de reforço e vacinar, principalmente, as crianças. Elas têm a menor proporção de cobertura vacinal da população", constata. Também recomenda o uso de máscaras em locais fechados e nas confraternizações.
Orientação
A Secretaria da Saúde de Novo Hamburgo confirma o aumento de casos, a maioria leves ou moderados. E reforça a importância da comunidade em relação à procura da vacina para a imunização.
Diante do avanço da BQ.1, a Secretaria Estadual da Saúde divulgou nota técnica pedindo à população que reforce os cuidados contra a Covid, como o uso de máscaras em locais fechados. De acordo com o Estado, a subvariante da ômicron já corresponde a 70% dos casos de Covid nas amostras sequenciadas.