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Notícias | Região AGRONEGÓCIO

Casos de gripe aviária na Colômbia e Peru sinalizam alerta no RS

Brasil segue sendo um dos poucos países livre da H5N, mas mantém cuidados redobrados para garantir o controle sanitário

Por Redação
Publicado em: 29.11.2022 às 03:00 Última atualização: 29.11.2022 às 14:42

Após casos de influenza aviária altamente patogênica (IAAP - vírus H5N) em aves não comerciais terem sido detectados na Colômbia e no Peru, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Divisão de Defesa Sanitária Animal da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) alertam produtores sobre as medidas de prevenção. No RS, foi emitida uma nota técnica com orientações para o reforço na prevenção.

Controle sanitário começa a ser reforçado para manter o país livre da influenza
Controle sanitário começa a ser reforçado para manter o país livre da influenza Foto: Embrapa/Divulgação

Conforme a médica veterinária e fiscal agropecuário da Seapdr, Ananda Paula Kowalski, a influenza aviária é altamente contagiosa, causada por vírus que pode ser transmitido pelo ar, água, alimentos, materiais e veículos contaminados, bem como pelo contato com aves doentes.


"Aves silvestres de vida livre representam a maior ameaça. A doença nunca foi detectada no Brasil, porém o aumento do número de casos em diversos países e sua ocorrência na América do Sul alerta para a atenção redobrada, especialmente devido à migração de aves do Hemisfério Norte para o Sul."

Controle sanitário

Apesar das propriedades afetadas na Colômbia se encontrarem distantes da fronteira com o Brasil, o Departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária, do Mapa, trabalha em conjunto com o setor privado para o fortalecimento da biosseguridade das granjas e na vigilância para Influenza Aviária (IA).

A médica veterinária pontua quer o Serviço Veterinário Oficial (SVO) do RS atua de forma contínua na orientação dos produtores quanto às medidas preventivas para evitar a entrada de doenças nas granjas. Já foram visitadas 328 granjas e coletadas 10.824 amostras no Estado. "Na sequência haverá uma vigilância em aves de subsistência (fundo de quintal) em propriedades em áreas de rota migratória, consideradas de maior risco", informa Ananda.

Caso sejam observados sinais respiratórios, nervosos, digestivos ou mortalidade elevada de aves em curto espaço de tempo, sejam elas comerciais, de subsistência ou silvestres, o Serviço Veterinário Oficial deve ser notificado imediatamente: pode nas Inspetorias de Defesa Agropecuária (telefone, e-mail ou pessoalmente) ou pelo WhatsApp (51) 98445-2033.

Rotas migratórias

Conforme o Mapa, o plano de vigilância em aves comerciais e de subsistência e inclui a amostragem de aves em propriedades que estejam em rotas de aves migratórias. Essas coletas visam, de um lado, demonstrar a ausência de circulação do agente viral e apoiar a certificação do Brasil como país livre da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) e, por outro, a adoção de ações de mitigação e contenção oportuna da doença uma vez detectada. O RS abriga dois sítios de aves migratórias: o Parque Nacional da Lagoa do Peixe e a Estação Ecológica do Taim.

"O trabalho realizado tem como objetivo minimizar o risco de ocorrência da doença no país, considerando a situação mundial e a disseminação do vírus, principalmente por aves silvestres", explica o diretor do Departamento de Saúde Animal, Geraldo Moraes.

Recomendações do Programa Estadual de Sanidade Avícola do RS

O Programa Estadual de Sanidade Avícola do Rio Grande do Sul recomenda aos avicultores que revisem o estado geral da estrutura física de suas granjas e intensifiquem os procedimentos de prevenção com especial atenção:

Telas dos galpões e passarinheiras íntegras para que evitem a entrada de pássaros;
Corrigir falhas de vedação nos galpões;
Remoção de ninhos de pássaros nos telhados e de entulhos no entorno dos galpões que possam servir de abrigo para roedores;
Veículos devem ser desinfetados antes da entrada e na saída das granjas;
Controle rigoroso do trânsito de veículos e pessoas. Não permitir a entrada de pessoas que não fazem parte do processo de produção;
Manter registro de entrada de pessoas e veículos;
Utilização de roupas e calçados exclusivos dentro dos aviários;
Pessoas que trabalham nas granjas devem evitar ao máximo o contato com outras aves;
Controle permanente de roedores;
Proteger fontes de água e caixas d'água.

Brasil segue livre da doença no setor avícola

Para a diretora técnica da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Sula Alves o controle sanitário no Brasil tranquiliza o mercado quanto aos riscos que a doença na Colômbia possa provocar por aqui. "O alerta de biosseguridade é permanente. Mas agora acaba sendo mais intenso por se tratar de uma região mais próxima", explica a diretora da ABPA, ao afirmar que a entidade acompanha todas as notificações a respeito de alertas sobre doenças que afetam a produção no Brasil.

Nesta época do ano, afirma Sula, o risco de ingresso de uma nova doença é maior por conta das rotas migratórias das aves. Esta seria a forma mais relevante de contaminação, uma fonte primária. Contudo, o controle de segurança praticado pelos criadores e pelas indústrias oferece bons resultados. A gestora da ABPA afirma que o Brasil é um dos poucos países que não tem Influenza Aviária. "Isso se deve ao procedimento de rastreabilidade, o que torna muito difícil de haver contágio", pontua. A comunicação sobre o risco da doença nas aves é notificada para as grandes indústrias, que repassa aos seus produtores.

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