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Notícias | Região PEDIDO DE RESGATE

Sequestradores exigiram R$ 500 mil para libertar empresário de Canoas: 'Vocês têm até quarta-feira'

Dois suspeitos foram mortos durante troca de tiros com a Polícia no cativeiro, em Portão; outros dois foram presos por suposto envolvimento no crime

Por Ubiratan Júnior
Publicado em: 28.12.2022 às 18:42 Última atualização: 28.12.2022 às 19:07

Os criminosos que sequestraram um empresário de Canoas no começo da noite da última segunda-feira (26) exigiram da família da vítima R$ 500 mil para libertá-lo. Por volta das 19 horas do mesmo dia, o grupo começou a entrar em contato com familiares do homem, de 31 anos, por meio de um aplicativo de mensagens. Em tom de ameaça, eles exigiam a quantia em dinheiro e pediam que a Polícia não fosse envolvida nas negociações.

Sequestradores exigiram R$ 500 mil no resgate de empresário de Canoas
Sequestradores exigiram R$ 500 mil no resgate de empresário de Canoas Foto: Polícia Civil
"Queremos só o resgate de 500 mil [reais]. Ele 'tá' bem, não estamos pela maldade. Se envolver a polícia e arriscar a nossa segurança, iremos abortar a missão e vocês nunca mais vão ver ele. Só agir pelo certo e mandar o resgate. Vocês têm até quarta feira após o meio-dia", escreveu um dos sequestradores em conversa com a família do empresário.

A quadrilha também passou orientações sobre a forma como o pagamento deveria ser feito: o dinheiro teria de ser entregue em espécie, e só seriam aceitas notas de R$ 50, R$ 100 e R$ 200. "[Se] não mostrarem interesse, nunca mais vão ver o filho de vocês e, se envolver a Polícia, abortamos a missão e fim de linha."


Assustada, a família da vítima procurou a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Canoas. Pela natureza do crime, o caso foi encaminhado à 1ª Delegacia de Repressão a Roubos e Antissequestro – órgão vinculado ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).

Na noite de terça-feira (27), policiais localizaram em Portão, no Vale do Sinos, o cativeiro onde o empresário era mantido pelos criminosos. Dois suspeitos foram mortos em confronto, e outros dois foram presos. A participação de outras pessoas não é descartada.

Investigação

Responsável pela investigação, o delegado João Paulo de Abreu afirma que, num primeiro momento, três suspeitos foram identificados pela equipe de investigação. 

O primeiro foi preso em Canoas. Ele foi flagrado com um Volkswagen/Fox preto, que, segundo a apuração policial, fora utilizado para raptar o empresário. O carro havia sido roubado no dia 21 de novembro, na cidade de Guaíba, região metropolitana de Porto Alegre.

A partir dessa prisão, a Polícia conseguiu chegar ao local exato do cativeiro para onde o empresário havia sido levado, na zona rural de Portão.

Resgate e reencontro com a família

Raptada por volta das 19 horas de segunda-feira no centro de Canoas, a vítima foi mantida no cativeiro sob tortura física e psicológica até a chegada do Deic ao local, por volta das 21h30 do dia seguinte. O empresário estava em um sítio, na Rua Vereador Antônio Rodrigues da Rosa, na localidade de Socorro.

Segundo a Polícia, ao entrar pelo portão da propriedade, a equipe tática foi recebida a tiros pelos sequestradores. Houve confronto, e dois criminosos foram mortos. O empresário foi encontrado deitado no piso do banheiro. Ele estava com as mãos amarradas, amordaçado e encapuzado.

Após o resgate, já madrugada desta quarta-feira (28), vítima e familiares tiveram um reencontro emocionante. 

Vítima de 31 anos reencontrou a família após ser resgatada de sequestro
Vítima de 31 anos reencontrou a família após ser resgatada de sequestro Foto: Divulgação/Deic

Um quarto suspeito, de 32 anos, foi preso em São Leopoldo em ações sequenciais. Conforme o Deic, ele teria recebido em sua conta bancária valores transferidos da conta do empresário sequestrado. Além disso, teria tentado sacar valores em diferentes estabelecimentos bancários. Abordado na própria casa, ele tentou fugir pela janela do quarto, mas foi capturado.

Sequestrador levou o filho para o cativeiro

O filho de quatro anos de um dos sequestradores mortos foi encontrado em uma casa junto ao cativeiro. Ele estava com outro menino, cuja idade não foi divulgada. As crianças eram observadas por uma mulher, que prestou depoimento e disse desconhecer o sequestro. Ela será investigada.

A mãe do menino de quatro anos, assim que soube do caso, deslocou-se ao interior de Portão. Moradora de São Leopoldo, ela não pôde ver o corpo do companheiro, mas teve autorização para ver a criança. O Conselho Tutelar acompanha o caso.

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