Estrangeiros eram mantidos na mata, sem água, comida e luz na Serra gaúcha

Um grupo de argentinos foi resgatado de trabalho análogo à escravidão em uma propriedade rural de Nova Petrópolis, na Serra gaúcha, na noite deste sábado (1º). As quatro vítimas foram libertadas pela Polícia Federal (PF). Um dos resgatados era menor de idade, filho de um dos trabalhadores. 

O grupo foi encontrado em condições insalubres, totalmente desassistidos, segundo a PF. Eles trabalhavam no corte de árvores para lenha.

A agentes da PF e fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) foram ao local após receberem informações da Brigada Militar (BM) de que as vítimas tinham sido abandonadas pelos empregadores e estavam sem ter o que comer e onde morar.

Os trabalhadores estavam acampados na mata, sem água potável, sem banheiros e sem energia elétrica.

Um homem, que era responsável pelas atividades, foi preso em flagrante por redução à condição análoga a de escravo (Art. 149 do Código Penal). Ele foi conduzido à Polícia Federal em Caxias do Sul e será encaminhado ao Sistema Penitenciário, permanecendo à disposição da Justiça Federal.

Outro caso na Serra

No mês passado, um caso de repercussão no País foi o de trabalhadores baianos que foram resgatados de trabalho análogo à escravidão em Bento Gonçalves. Eles trabalhavam na colheita de uva. Na ocasião, o então vereador de Caxias do Sul Sandro Fantinel fez falas preconceituosas contra as vítimas na Câmara da cidade.

No discurso racista, Fantinel ainda defendeu e orientou que os empresários contratassem argentinos. "Porque todos os agricultores que têm argentinos trabalhando hoje só batem palma. São limpos, trabalhadores, corretos, cumprem o horário, mantém a casa limpa, e no dia de embora ainda agradecem o patrão pelo serviço prestado e pelo dinheiro que receberam."