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Notícias | Região CRIME ORGANIZADO

Carga de drogas era transportada pelos Correios ao Vale do Sinos

Carreta com R$ 3 milhões em crack e cocaína foi apreendida ao passar pelo pedágio da free way, em Gravataí

Publicado em: 10.04.2023 às 20:47 Última atualização: 10.04.2023 às 20:55

Motoristas dos Correios estão sendo aliciados pelo narcotráfico para transportar droga com a estrutura da empresa pública. Na madrugada de domingo (9), a Polícia Civil flagrou na free way, em Gravataí, uma carreta do Sedex com 32 quilos de cocaína e 28 quilos de crack, avaliados em R$ 3 milhões. O destino era o Vale do Sinos. A investigação apurou que a rota movimentava meia tonelada por semana.

“O caminhoneiro fazia o serviço por fora. Trazia os entorpecentes em caixas fechadas na cabine”, detalha o delegado Gabriel Borges, do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc). A abordagem aconteceu assim que a carreta passou pelo posto de pedágio, por volta das 3 horas. O motorista, morador de Curitiba, declarou que recebeu R$ 4 mil pelo “frete”. Ele não tinha antecedentes criminais.

Estratégia

“A investigação constatou que os entorpecentes apreendidos no Vale dos Sinos nas operações Satus, Sonitus e Reditus, todas em 2023, chegaram ao Estado por meio de veículos de transportadoras”, revela o delegado. Os pacotes eram carregados em depósitos de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Borges observa que, ao apurar a procedência, foi descoberto que facções gaúchas estavam atraindo caminhoneiros. Era a estratégia ideal para camuflar o tráfico interestadual.

Origem peruana com “altíssimo grau de pureza”

O delegado salienta que a cocaína apreendida é de origem peruana com “altíssimo grau de pureza”. Ao passar por processos químicos e misturas, conforme ele, poderia render até cinco vezes a quantidade. “E todo esse crack poderia render mais de 150 mil pedras a serem vendidas pelas ruas da região metropolitana e interior do estado”, acrescenta.

De acordo com Borges, a participação dos Correios será apurada durante o inquérito. No momento, conforme ele, não foi verificado que a empresa tinha conhecimento. Para não levantar suspeita, os motoristas não alteravam a rota estabelecida pela estatal. A logística das encomendas no Vale do Sinos segue sob investigação.

Outras remessas e suspeita sobre PCC

Na tarde de 5 de outubro do ano passado, agentes da 1ª Delegacia de Polícia de Novo Hamburgo interceptaram, na área central da cidade, cinco quilos de cocaína que seriam entregues, também por meio de transportadora, a uma moradora do bairro Santos Dumont, em São Leopoldo. A mesma mulher tinha sido presa dois meses antes, ao receber outra remessa, e solta no dia seguinte, quando já estava em liberdade provisória por tráfico.

A droga vinha em caixas lacradas, com o nome e endereço da investigada de 38 anos. Para o delegado Tarcísio Kaltbach, há indícios de que uma célula do Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior facção criminosa do País, sediada em São Paulo, esteja enviando cocaína por transportadora ao Vale do Sinos.

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