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Notícias | Região CHEIA NO VALE DO CAÍ

Nível do Rio Caí diminuiu 40 centímetros em dez horas em São Sebastião do Caí

Município tem 48 famílias abrigadas em ginásio. Previsão é que no domingo seja possível começar operação de limpeza de ruas

Publicado em: 17.06.2023 às 14:43

Lentamente, o Rio Caí começa a voltar para o leito em São Sebastião do Caí. Foi às 6 horas de sexta-feira (16) que a cota de inundação, que é de 10 metros, foi ultrapassada e a cidade começou a ser alagada. O nível continuou aumentando e à 1h30 deste sábado (17) alcançou 14,25 metros. Desde então, a cheia vem diminuindo e às 11h30 a prefeitura informou que o nível estava em 13,85 metros.


Ginásio do bairro Rio Branco, em São Sebastião do Caí
Ginásio do bairro Rio Branco, em São Sebastião do Caí Foto: Débora Ertel/GES-Especial

Em contrapartida, o município vizinho de Montenegro enfrenta ainda a elevação das águas. Segundo o prefeito caiense Júlio César Campani, a expectativa é que no domingo a administração possa dar início à operação da limpeza das ruas que acumulam pilhas de lixo trazidas pelas águas.

Até 10h30 de hoje, no ginásio do bairro Rio Branco havia 48 famílias abrigadas, somando 133 adultos e 37 crianças. Ainda no dia de ontem o município decretou situação de emergência.

Conforme a secretária de Assistência Social, Mônica Alles, é urgente a doação de colchões e meias, peças que raramente são entregues pela população. Também há necessidade de roupas quentes masculinas e calçados infantis. Todas as doações devem ser entregues no Centro Social, localizado no prédio da antiga Blavel.

Moradores reclamam de demora na remoção

Entre as pessoas que necessitam de um colchão seco para dormir está a auxiliar de cozinha desempregada Márcia Jaqueline dos Santos, 52 anos. Ela reside na Rua São Lourenço, bairro Navegantes, e precisou ser retirada de casa com a ajuda de patrola. "Só me buscaram às 11 horas, quando não entrava mais caminhão na rua. Perdi mesa, guarda-roupa, forno, cama. Nunca tinha passado por isso em 20 anos morando aqui", relata. Segundo a moradora, houve demora para a remoção, que havia solicitada às 6 horas, quando o rio começou a subir.


Queixa semelhante tem a professora aposentada Silvia Pereira, 72. "Só consegui salvar duas televisões, que meu sobrinho arrancou da parede, e uma sacola de roupas. Perdi tudo. Tudo ficou alagado dentro de casa", lamenta. Conforme Silvia, às6 horas uma equipe da Defesa Civil teria retirado de casa uma vizinha com crianças pequenas e ficou de retornar para fazer a remoção da sua mudança. Como ninguém apareceu, um sobrinho, às 11 horas, a retirou do meio da enchente. "Ontem à noite eu fui parar no hospital de tão mal que fiquei", desabafa.

Já a dona de casa Taimara Terezinha Soares, 29, foi a primeira a chegar no ginásio, acompanhada dos dois filhos Henrique Daniel Scobar, 3, e Yasmin Soares, 1 ano e 5 meses. "A água desta vez subiu muito rápido. Nossa televisão queimou. Daí as crianças estão brincando um cachorrinho aqui para se entreter", disse.
A reportagem do Jornal NH procurou o coordenador da Defesa Civil, Enio dos Santos, que deve repassar os dados dos atendimentos ainda nesta tarde. 

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