Conheça o aplicativo que facilita interação de crianças com autismo em contação de histórias
Criada na região, iniciativa traz livros que foram pensados levando em conta os sintomas do Transtorno do Espectro Autista (TEA)
Foi a inquietude de uma psicopedagoga de São Leopoldo que resultou em um aplicativo no qual crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) podem interagir em quatro histórias infantis. Desenvolvidas para auxiliar no letramento delas, socialização e interação das histórias, elas se chamam "Heitor, o Dinossauro", "O Show do Caio", "Yasmin, a Pinguim" e "Léo, o camaleão colorido".
Eles são disponibilizados gratuitamente de duas formas. Responsáveis podem acessar pelo aplicativo playstore ou pelo link, disponibilizado na plataforma da Feevale para ser usado em computadores, tablets, e notebooks.
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As histórias foram pensadas nos sintomas do TEA, como desatenção. No aplicativo não há muitas animações, as cores foram pensadas, as palavras foram estudadas pensando no duplo sentido, entre outros aspectos. No entanto, recomenda Viviane, a proposta do ALEA é ter o acompanhamento dos responsáveis.
"Não é só deixar o celular com a criança. É importante o adulto ser o mediador. Ele que vai conduzir a contação de história, vai fazendo as perguntas, interagindo com a criança", adianta Viviane, doutora em Diversidade Cultural e Inclusão Social pela Universidade Feevale.
Na prática, Viviane adaptou um livro físico, utilizando uma abordagem chamada "recall", que utiliza perguntas sobre a história. "O adulto lê a página de um livro e faz uma pergunta com três opções de respostas, uma delas a correta. A partir dessa prática vai promovendo a interação e o entendimento sobre a história lida", salienta.
Tudo começou com observação
O projeto foi realizado por Viviane quando era mestranda do PPG e contou com a coordenação da professora Rosemari Lorenz Martins e colaboração da professora Lovani Volmer. Tudo iniciou a partir de uma observação da psicopedagoga.
Durante seu mestrado em Letras, ela observou um momento de contação de histórias em uma escola de educação infantil. "Eu notei que uma das crianças estava bem desatenta durante a atividade que a professora fez com a contação. Essa criança não conseguiu realizar a atividade porque não prestou atenção no que tinha sido contado", relata.
Foi quando Viviane ficou sabendo que a criança apresentava o diagnóstico do TEA, no qual a desatenção é bem comum. "Fui para casa pensando como que eu poderia fazer para que crianças, como aquela que eu tinha observado, pudessem interagir com uma contação de história, entender o que tinha sido contado. A partir dessa minha inquietação, fui pesquisando e desenvolvi um projeto piloto de mediação de leitura para crianças com autismo, pensando na promoção do letramento emergente, que são habilitadas de pré leitura", frisa, explicando os passos anteriores até o desenvolvimento do aplicativo.