Alckmin acena com programa para renovação de maquinário na indústria brasileira
Durante encontro com empresários em Porto Alegre, vice-presidente também afirmou que governo não voltará atrás na reforma trabalhista
A visita do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, a Porto Alegre na sexta-feira (4) foi marcada pela cobrança do setor empresarial gaúcho pela alteração da política de impostos do País.
Em encontro com empresários do setor industrial realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), na capital gaúcha, o vice-presidente sinalizou com medidas para auxiliar a renovação do maquinário industrial do País.
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O vice-presidente apontou que serão necessários aportes entre R$ 10 a 15 bilhões para garantir a ação, já que seria necessário também financiar a compra desse maquinário. No discurso, o vice-presidente reforçou por diversas vezes o desejo de "reindustrializar" o País.
Reformas que vem e que ficam
Presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry, foi o primeiro a discursar, e subiu o tom contra isenções de impostos para regiões do país e internacional. As questões tributárias foram o principal foco do dirigente.
Com relação ao cenário nacional, Petry apontou seu alvo para a Zona Franca de Manaus."No contexto atual, há diferenças superiores a 20 por cento entre produtos “seriam fabricados” na Zona France nas fábricas localizadas em outros Estados. Hoje, a Zona Franca assemelha-se a um “paraíso fiscal” dentro do Brasil”, criticou.
Petry apontou uma posição favorável à reforma tributária aprovada na Câmara, que agora será analisada pelo Senado. “A aprovação da reforma tributária assume, assume enorme relevância. Esperamos que a aprovação se repita no Senado, e que seus desdobramentos não venham a prejudicar o setor econômico.”
Já ao falar do mercado internacional, Petry voltou sua carga para as isenções dadas para compras de fora do país. “Não é justo que a indústria e o comércio sejam tributados e seus competidores internacionais fiquem isentos”, afirmou fazendo referência à isenção para compras até US$ 50.
O fim da isenção para compra de produtos foi tema de uma reunião entre Alckmin e o setor coureiro calçadista. Porém, antes do encontro, o vice-presidente conversou com a imprensa e minimizou o impacto.
“Já teve uma mudança importante, porque o ICMS já vai vigorar. Em relação ao tributo federal está se estudando uma maneira”, afirmou ele sem detalhar quais outras saídas.
No microfone durante seu discurso, Petry salientou o desejo de manutenção da reforma trabalhista aprovada ainda no governo Michel Temer. A mudança nas regras da CLT sempre foi alvo de crítica do PT e do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Mas, aos empresários, Alckmin foi taxativo. “Ninguém vai mexer na reforma trabalhista”, garantiu. Atualmente no PSB, o vice-presidente era governador de São Paulo pelo PSDB durante a aprovação da reforma e um entusiasta defensor da medida.
Acompanhando a comitiva do vice-presidente estava o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), que também é presidente estadual do PT. Questionado sobre a afirmação de Alckmin, Pimenta saiu pela tangente.
“Seria uma indelicadeza da minha parte, na medida que o vice-presidente deu uma declaração, que eu não acompanhei, poder falar a esse respeito”, o ministro estava na mesa das autoridades quando o vice-presidente fez a declaração, mas afirmou não ter ouvido.