CATÁSTROFE NO RS: Rio começa a estabilizar em São Sebastião do Caí
Entre a madrugada de segunda e terça-feira, a Defesa Civil retirou as famílias da zona ribeirinha, que foram acomodadas no ginásio do bairro Rio Branco e no bairro Quilombo
Até o final desta terça-feira (5), o nível do Rio Caí, em São Sebastião do Caí, deve ficar estável. Esta é a expectativa da Defesa Civil, já que o ritmo de elevação diminuiu. Enquanto que na segunda-feira (4) o aumento no nível ultrapassou os 20 centímetros por hora, na última medição, às 14h30, o rio aumentou dois centímetros em uma hora e meia.
Entre a madrugada de segunda e terça-feira, a Defesa Civil retirou as famílias da zona ribeirinha, que foram acomodadas no ginásio do bairro Rio Branco e no bairro Quilombo. Além disso, durante o dia o Corpo de Bombeiros Voluntários atendeu pedidos de resgates de animais e também de moradores que não conseguiam sair de casa, apesar de não terem as casas alagadas.
Este foi o caso de Carlos Alberto Bays, 63 anos, e Marlene Bays, 62. O casal de idosos, morador da Rua 7 de Setembro, tinha uma consulta médica agendada para 11 horas desta terça. Bays teve um AVC em março e usa uma bengala para caminhar e Marlene também está doente. Os dois tiveram a companhia do neto Joel Artur Bays Klein, 12, na lancha de resgate. "Muito obrigada por vocês terem nos buscado. Não podia perder esta consulta. Ainda bem que lembrei de ligar", agradeceu Marlene aos bombeiros.
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Dentre as pessoas que foram retiradas da enchente estão Taís Valério Raimundo, 43 anos, e a filha Yngrid Valério, 8. Na manhã de terça, mãe e filha uniam esforços para improvisar uma parede de lona, de modo a deixar o quarto provisório mais aquecido e terem um pouco de privacidade.
"A gente saiu de casa na noite de ontem. Consegui salvar tudo, pois a casa é pequena", explicou Taís. Morando 20 anos na Rua 3 de Maio, ela já perdeu as contas de quantas vezes precisou se abrigar em espaços da prefeitura. No entanto, a doméstica tem um pedido. "Ia aceitar umas meias. Sai com o pé na água, molhei tudo e está frio", relata.
Conforme a assistente social Karen Lígia Mello, o que os desabrigados mais necessitam são meias, toalhas de banhos e produtos de higiene e limpeza. As doações não são aceitas nos ginásios, mas no Centro Social, localizado no prédio da antiga Blavel. Informações (51) 3635-2569. Por conta da enchente, o desfile cívico de 7 de setembro foi cancelado no município.