Construção de nova ponte em Dois Irmãos é prejudicada pela chuva

Desde a passagem do ciclone extratropical na região, em junho deste ano, a ponte do Arroio da Direita, na Rua Afonso Wolf, em Dois Irmãos, está interditada. Moradores estão sentindo os reflexos negativos da falta do acesso. No dia 16 de agosto, a prefeitura de Dois Irmãos assinou o contrato com a empresa que fará a construção da nova ponte sobre o arroio, mas as chuvas ainda não permitiram que os serviços sejam iniciados.

Conforme o chefe do setor de Engenharia, Afonso Bastian, o prazo de conclusão da obra é de 60 dias após a assinatura do contrato. "No fim da semana passada recebemos as galerias de concreto que serão instaladas na nova ponte, porém, o tempo precisa colaborar para que o trabalho flua conforme o cronograma", explica Bastian.

Ao todo serão instaladas no local 32 galerias de concreto armado pré-moldada de 2,5 x 2,5 metros, que são unidas por meio da junção rígida tipo macho e fêmea e fixas sobre a fundação de concreto armado e amarração de aço, totalizando uma pista de 96,90 metros quadrados (m²). "Depois da montagem será concretada uma laje de concreto por cima, e sobre este conjunto se fazem as pistas de rodagem e calçadas", completa o engenheiro.

Ainda segundo Bastian, a ponte foi feita em duas etapas, uma no início dos anos 1980 e a outra nos anos 1990 e, desde lá, nunca tiveram nenhum reparo. "A nova ponte terá passagem livre da água de 5 metros de largura por 2,5 de altura, a antiga tinha um vão bem menor. Agora, a ponte foi projetada com toda a segurança e já prevendo passeio de pedestres em ambos os lados", diz o engenheiro.

Além da ponte do Vale Verde, a ponte sobre o Arroio da Direita, na Avenida Sapiranga, no bairro Navegantes também está fechada desde junho. "O excesso de chuvas recentes causou novo desmoronamento em uma das cabeceiras da ponte. As obras no local seguem com a remoção do trecho que cedeu e com os ajustes no projeto inicial de recuperação", afirma Bastian.

Sem acesso, mais gastos

Os moradores e comerciantes que utilizavam a Rua Afonso Wolf para se deslocar estão sentindo a diferença. "Tem três meses que a rotina mudou drasticamente e só agora a prefeitura começou a mexer nisso e o tempo ainda não está colaborando", conta Ana Maria Bressan, 57 anos, que mora há poucos metros da ponte.

A casa de Maria e do esposo Ibanes Bressan, 65, não chegou a ter a garagem interditada, mas no bolso o casal sente a diferença de não ter o acesso. "Antes a gente fazia tudo a pé, ir no mercado, farmácia e até para o trabalho. O neto ia para escola que fica 1 quilômetro daqui, agora como não podemos passar, precisamos fazer a volta e para a escola, por exemplo, o trajeto passou de 1 para 4 quilômetros de distância", explica Maria.

Como dependem mais do carro, Ibanes afirma que o acréscimo em gasolina tem sido de uns 70% a mais no mês. "Para fazer a pé se tornou longe, então fica inviável. Antes eu mal usava o carro. Está bem difícil, esperamos que as obras comecem logo para que o trecho seja liberado novamente", reforça Ibanes.

Já Bridgit Branco veio da Venezuela há dois meses e, quando chegou, a ponte já estava interditada. "Eu não tenho carro, mas meu cunhado que mora embaixo da minha casa tem e ele está aqui a mais tempo. O carro dele precisa ficar na rua, porque não tem acesso à garagem", relata.

A prefeitura de Dois Irmãos reconhece que os principais prejudicados são os moradores, comerciantes e estudantes do Vale Verde que estão matriculados na Escola Técnica Affonso Wolf. "Entendemos a dificuldade, mas agora o nível da água no arroio precisa estar baixo para começar a instalação da gradil", reforça Bastian.