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Notícias | Região Serviço animal

Como é o treinamento dos cães de guerra

Grupo de cães de guerra da Força Aérea Brasileira completa 34 anos em 2023 e segue rotina de treinamentos em Canoas

Publicado em: 03.11.2023 às 03:00

Iniciado em 1989, o Canil Cães de Guerra Chimangos, concentrado na Base Aérea de Canoas (Baco), completa 34 anos em 2023. A estrutura conta com 18 militares e 11 cães. São seis machos e cinco fêmeas das raças pastor alemão, pastor belga malinois, boiadeiro australiano e rottweiler.


O treinamento de cães de guerra em Canoas | Jornal NH
O treinamento de cães de guerra em Canoas Foto: PAULO PIRES/GES

Os animais atuam no faro de entorpecentes, guarda de proteção, patrulhamento e policiamento nas ruas. "Esse trabalho ocorre dentro da própria Base, quando fiscalizamos as aeronaves que chegam e as aquelas que estão partindo. A patrulha da mesma forma, e quando as Forças Armadas atuam com poder de polícia no ambiente externo", explica o tenente João Pedro Topan, há quatro anos lidando com os cães.

Segundo o tenente, cada cão é um indivíduo particular, podendo levar até dois anos para atingir a maturidade. "Alguns demoram mais. A genética conta muito também, as habilidades têm a probabilidade de serem passadas dos pais para os filhotes. O trabalho é constante." Topan salienta que cada raça tem uma função específica dentro da matilha. "O boiadeiro, por exemplo, atua principalmente para farejar. Os pastores, alemão e belga podem fazer tanto a guarda pessoal quanto utilizar o faro. Já o rottweiler exerce, especialmente, a guarda."

No que se refere à criação, o tenente reitera que a Força Aérea Brasileira (FAB) não conta com um canil próprio para criação. "Os nossos cães são oriundos de outros canis da região." Responsável pela saúde dos animais, a tenente Elissandra da Silveira afirma que todos passam por exames a cada dois meses.


Animais são treinados na Base Aérea | Jornal NH
Animais são treinados na Base Aérea Foto: PAULO PIRES/GES

 

Uma rotina de treinos diários na Base Aérea

Um dos responsáveis pelos treinamentos dos Cães de Guerra, o sargento Thiago Araújo explica a rotina dos animais. "Eles sempre treinam ao menos uma vez ao dia. São atividades físicas e exercícios específicos." Além disso, Araújo salienta que a matilha também costuma ter momentos de lazer. "Afinal, são cachorros. Então separamos um tempo para as brincadeiras."
?Entre as simulações, a equipe da FAB trabalha, por exemplo, com o painel de faro. "Nesta atividade, começamos a treinar o instinto do cheiro no cão. Colocamos bagagens sempre iguais, para que eles não decorem, e vamos revezando. São três comandos: indicar, sentado e deitado."
?O sargento esclarece que os cães obedecem qualquer militar que esteja conduzindo ou pronuncie determinado comando.

"Prezamos sempre pela segurança"

Ainda em relação aos treinamentos, o tenente Topan salienta que os militares buscam introduzir os animais nas mais diversas situações e ambientes. "Tentamos, sempre, a socialização do cão, assim eles conseguem se adaptar melhor e são dóceis com quem tem que ser."

As atividades também mudam conforme a faixa etária do cachorro. "Um filhote com quatro meses não faz as mesmas coisas que um veterano." Topan reitera que os equipamentos utilizados são igualmente separados e específicos. "Usamos diversos tipos de tecidos na mordedura, dependendo da idade do animal."

Nas etapas em que o cão está aprendendo o ataque, um dos tutores atua como figurante, enquanto o condutor comanda a ação. "A roupa vestida pela figuração pode ser identificada como o elemento de ameaça." O tenente explica que, ao ser orientado a parar, o cão imediatamente obedece. "Prezamos sempre pela segurança, do animal e dos militares."
Topan comenta que, nestes exercícios, o filhote participa como espectador. "Eles aprendem por imitação."

Aposentados podem ser adotados por tutores

Os Cães de Guerra se aposentam aos oito anos e costumam ser adotados por seus antigos tutores. "Se o militar tem condições, adota. Se não, é aberta a possibilidade de adoção para alguém do batalhão. "No entanto, o vínculo maior é com o condutor principal." O tenente reitera que os animais se dão bem uns com os outros. "É importante que trabalhem como uma matilha. Isso é fundamental."
?Por não ser considerado um "canil matriz", sempre que uma fêmea entra no cio, ela é separada dos machos.

Outra atividade começou recentemente na Base Aérea de Santa Maria. "Lá e também em outros locais com uma incidência grande de aves, os cães foram treinados para espantar esses bichos. Aqui normalmente são quero-queros."

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