Na véspera, ministro cancela júri de líder de facção do Vale do Sinos
Decisão em Brasília, a pedido da defesa do réu, saiu em meio à mobilização de segurança para a sessão que aconteceria nesta quarta-feira
Na véspera, em meio à mobilização de forte aparato de segurança, uma decisão em Brasília cancela o júri de Marizan de Freitas, o Maria, 36 anos, considerado líder da facção Os Manos. O comparsa Gilberto de Souza Tambasco, o Paulista, 32, apontado como matador da organização criminosa, também estaria no banco dos réus, nesta quarta-feira, no fórum de Parobé. Os dois são acusados da execução de um devedor, na noite de 6 de julho de 2018. Eles negam envolvimento no homicídio.
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O ministro Joel Ilan Paciornik, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), decidiu na noite desta terça-feira pela suspensão, a pedido do advogado Luiz Gustavo Puperi, defensor de Marizan. "O ministro determinou a realização de perícia no telefone da vítima, prova que vinha sendo reiteradamente negada pelo juiz da comarca e pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul", frisa Puperi.
Conforme o advogado, a principal prova está no WhatsApp do aparelho. "Só que essas conversas não foram extraídas através de perícia, como determina a lei. E a defesa não teve acesso aos arquivos digitais. Só a uma parte do conteúdo impresso."
No despacho, o ministro diz que "é imperioso assegurar ao réu e à sua defesa o direito de ter conhecimento dos fatos, dos documentos e outros dados utilizados para formar convicção no processo".
Acerto de contas
Transferido em 2015 para penitenciária federal em outro estado pela influência no crime organizado, Marizan já estava de volta à Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) quando teria mandado Tambasco executar Cristian André Boita, 24, que devia droga e dinheiro para a facção. Boita foi morto com vários tiros na Rua Andrade Neves, bairro Vila Nova.
Promotores têm convicção da participação dos réus
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No dia 30 de julho deste ano, Marizan foi capturado por policiais civis gaúchos em requintado restaurante de São Paulo. Ele tinha recebido, 16 dias antes, prisão domiciliar humanitária para fazer uma cirurgia. Depois do procedimento, fugiu. A capital paulista seria escala para esconderijo no Peru.